Policial se entrega e sobe para 62 número de presos por ligação com máfia de abortos no Rio
Eduardo da Silva Corrêa se apresentou na tarde desta quarta à corregedoria da PM
Rio de Janeiro|Do R7
O policial militar Eduardo da Silva Corrêa se apresentou na tarde desta quarta-feira (29) à corregedoria da Polícia Militar. Ele é suspeito de envolvimento na máfia dos abortos, revelada pela Polícia Civil neste mês. Agora, já são 62 presos por ligação no esquema.
Também nesta semana, um policial civil e um médico considerados foragidos foram presos por envolvimento em uma quadrilha de aborto desarticulada na operação Herodes, no dia 14 último.
De acordo com a Polícia Civil, o médico Guilherme Estrela Aranha, chefe do núcleo abortivo da Tijuca, na zona norte do Rio, foi capturado, na madrugada desta quarta-feira, por policiais da Coinpol (Corregedoria Interna da Polícia Civil) e da Cinpol (Coordenadoria de Informação e Inteligência Policiais). A prisão aconteceu enquanto Aranha deixava uma clínica médica em São Gonçalo, na região metropolitana.
Na noite de terça-feira (28), os agentes da Coinpol prenderam o policial civil Agostinho Rodrigues da Silva Neto, que se apresentou na sede da DAS (Divisão Antissequestro), onde foi cumprido mandado de prisão expedido pela 4ª Vara Criminal da Capital, com base no inquérito policial que deu origem à operação Herodes.
Com as duas novas prisões, subiu para 61 o número de pessoas presas na operação Herodes, que desarticulou a maior rede de aborto do país.
A operação aconteceu dois meses após Jandira Magdalena, de 27 anos, ser encontrada carbonizada dentro de um carro após procurar uma clínica de aborto, em Campo Grande, na zona oeste do Rio, para interromper uma gravidez de quatro meses.
Em setembro, Elisângela Barbosa, 32 anos, morreu por complicações em uma tentativa de aborto. Ela foi abandonada na entrada de uma comunidade em Niterói, na região metropolitana, quando traficantes teriam obrigado moradores a levar a vítima para o Hospital Azevedo Lima, onde ela morreu.