O procurador de direitos humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) Rodrigo Mondego disse, em entrevista à imprensa na tarde desta quarta-feira (2), que a família de Moïse Kabamgabe não teve acesso ao inquérito sobre a morte do jovem congolês.
Mondego afirmou que a OAB e os parentes de Moïse solicitaram cópias do inqúerito aberto pela DHC (Delegacia de Homicídios da Capital), além de laudos e imagens do espancamento da vítima gravadas pelas câmeras do quiosque na Barra da Tijuca, sem sucesso. De acordo com ele, a família só obteve as informações através da imprensa.
O procurador relatou, ainda, que os parentes de Moïse questionam o porquê de os vídeos divulgados estarem cortados, e não terem sido disponibilizados na íntegra.
Mondego considera que existe uma tentativa de desqualificar a vítima, responsabilizando Moïse pela situação que provocou sua própria morte, por estar supostamente alcoolizado.
Ele afirmou, também, que familiares e testemunhas confirmam que o jovem trabalhava na área do quiosque e que, por diversas vezes, chegou a dormir no local de serviço por não ter dinheiro de passagem para voltar para casa.
Três homens foram presos temporariamente pelo assassinato de Moïse na noite desta terça (1º). Eles confessaram ter agredido o jovem no quiosque e foram transferidos para a cadeia José Frederico Marques, em Benfica, zona central do Rio, nesta quarta.
Nenhum dos presos era funcionário do quiosque, que foi fechado e teve alvará de funcionamento suspenso pela Seop (Secretaria de Ordem Pública). Nesta terça, o dono do estabelecimento prestou depoimento à polícia. Seu advogado afirmou à imprensa que ele não estava no local no momento do crime e que foi avisado do ocorrido por terceiros.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa