Santos Dumont: novo sistema reduz fechamento de pista por "tempo ruim"; ponte aérea RJ-SP fica mais rápida
No Galeão, mudanças devem ocorrer na segunda quinzena de dezembro
Rio de Janeiro|Do R7
![Sistema começa a operar no Santos Dumont a partir de segunda (2)](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/S7BOQ2VM4VJKJP4QZJRIOR6LAI.jpg?auth=6346fb62ba42a3b6f7f28959f7beef7b3ebf9ca507bc66cc8704d8074c401d3c&width=4257&height=2868)
O aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, passará a contar, a partir de segunda-feira (2), com um sistema que ampliará a possibilidade de pousos em condições adversas — nevoeiro e chuva forte — e reduzirá a emissão de poluentes, poluição sonora e o tempo de viagens para o Rio. Segundo a SAC (Secretaria de Aviação Civil), o tempo da ponte aérea Congonhas-Santos Dumont reduzirá de 44 minutos para 36 minutos.
O ministro Moreira Franco, titular da SAC, disse que o novo sistema representa o futuro da aviação nacional. — É mais um passo que damos no nosso compromisso de entregar ao Brasil um transporte aéreo do século 21, que ofereça cada vez mais conforto, segurança e agilidade aos passageiros e às empresas que os transportam.
A tecnologia utiliza o conceito da navegação baseada em desempenho (conhecida pela sigla RNP, em inglês). Ela requer a instalação de dispositivos específicos na aeronave, treinamento da tripulação e adequação do controle da navegação aérea para ampliar a precisão das operações de descida. Inicialmente, apenas a companhia Gol usará a novidade.
Atualmente, ao iniciarem seus procedimentos de chegada ao destino, para posteriormente aterrissarem, as aeronaves em parte são guiadas por sinais enviados por antenas em terra, o que as obriga a se aproximarem dessas estruturas. Consequentemente, a orientação dos passos finais da viagem fica o que pilotos chamam de “menos reta”.
Outro inconveniente é que, pelo modelo hoje utilizado, os aviões são obrigados a usar mais as turbinas, o que aumenta a poluição oriunda dos aviões. Com o RNP, os desvios são praticamente eliminados, o que faz cair o tempo de deslocamento e economiza combustível. A isso se soma o fato de que os problemas criados pela falta de visibilidade ficam quase que totalmente solucionados.
A partir da segunda quinzena de dezembro, Galeão, Guarulhos, Congonhas e Campinas também utilizarão o sistema. Mudanças Além da redução em oito minutos do voo Congonhas-Santos Dumontm aviões provenientes de Guarulhos, Viracopos e Brasília demorarão, respectivamente, 7, 8 e 3 minutos menos para chegar ao aeroporto carioca.
Outro benefício tem a ver com a proteção ambiental. Só na redução de poluentes serão consumidos, por cada avião na ponte aérea Rio-SP 250 litros menos de combustível, o que poupa os céus de 800 kg de gás carbônico (CO2). Num único dia, as chegadas provenientes de São Paulo produziriam 134 toneladas a menos de CO2.
Quanto às melhorias para o trabalho dos pilotos em condições de baixa visibilidade, essa navegação propicia que passem a decidir se farão as aterrissagens a 91 metros de altura (antes eram necessários 225) e a 1,6 km de distância da cabeceira da pista (pelo sistema antigo, precisava estar a 3,4 km). Os fatores reduzem o risco de que o comandante tenha de pousar em outros pontos, às vezes até fora do Rio, ou ainda que o aeroporto seja fechado para pouso. Para efeito de comparação, sem o RNP, ao longo de 2012, o Santos Dumont ficou impossibilitado de receber pousos por 46 horas. Com a nova ferramenta seriam apenas quatro.