STJ suspende liminar que impedia prefeitura de encampar L. Amarela
Decisão do ministro Humberto Martins atende a um recurso do Poder Municipal e autoriza que atual gestão retome administração da via
Rio de Janeiro|Do R7
O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins, suspendeu nesta quarta-feira (16) os efeitos de três liminares concedidas pela Justiça do Rio que impediam a encampação da linha Amarela.
A decisão atende a um recurso do Poder Municipal e autoriza a prefeitura a retomar a administração da via.
Rio: quase 90% dos motoristas acham preço do pedágio da Linha Amarela abusivo
A determinação, no entanto, só começará a valer na prática após a notificação da concessionária Lamsa.
Na decisão, o presidente do STJ destacou os prejuízos apontados pela atual gestão municipal no contrato firmado por dez anos, em 1994, que recebeu 11 aditivos, e ainda foi estendido por mais 16 anos.
O ministro do STJ ainda citou as causas do desequilíbrio contratual identificadas pela prefeitura, como o superfaturamento de parte posterior da obra, constatado pela Controladoria-Geral do Município, pelo Tribunal de Contas do Município e pelo depoimento de um servidor público municipal que acompanhou a confecção dos aditivos, além da exclusão do fluxo dos veículos como elemento da equação financeira a partir do nono aditivo de 2005.
Martins ressaltou que os indícios de que as obras realizadas na via foram superfaturadas "são vários e coincidentes", e foram apurados em mais de um processo administrativo.
Por fim, o ministro observou que a encampação já havia sido devidamente autorizada pela Câmara Municipal e que a suspensão da medida poderia causar grave lesão à ordem pública e administrativa.
Nas redes sociais, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, comemorou a decisão do STJ e afirmou que os motoristas vão deixar de pagar R$ 1 milhão por dia em pedágio.
Procurada pelo R7, a concessionária Lamsa disse que exercerá o direito de recurso para manter a operação da concessão.