Suspeito de matar Marielle tem R$ 100 mil e bens bloqueados
Pedido feito pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) tem como objetivo garantir uma futura indenização às famílias envolvidas no ataque
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7*
A Justiça bloqueou os bens de Ronnie Lessa, incluindo R$ 100 mil de um depósito feito na conta do policial militar reformado, em 9 de outubro de 2018. Preso na última terça-feira (12), o PM é o principal suspeito de atirar no carro onde estava a vereadora Marielle Franco, o motorista Anderson Gomes e assessora Fernanda Gonçalves.
O pedido foi feito pelo MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) em denúncia que possibilitou a prisão de Lessa e do ex-policial militar Elcio Queiroz, apontado como motorista do carro que perseguia o veículo em que estava Marielle.
O objetivo do bloqueio de bens do policial militar reformado é garantir uma futura indenização às famílias das vítimas envolvidas no atentado.
Leia também
De acordo com a denúncia, a sobrevivente Fernanda e as famílias de Marielle e Anderson devem receber, pelo menos, 500 salários mínimos cada. O total chegaria próximo a R$ 1,5 milhão para os envolvidos.
A filha de Marielle e a viúva, Mônica Benício, seriam as beneficiadas pela indenização da vereadora.
Assim como a família de Marielle, os indenizados de Anderson Gomes seriam filho e viúva. O MP-RJ ainda pede um ressarcimento mensal ao filho do motorista. O valor deverá ser equivalente a 2/3 do salário que Anderson recebia e será destinado para alimentação do menino até os 24 anos.
Lancha de luxo
A Polícia Civil apreendeu uma lancha de suposta propriedade de Ronnie Lessa, em Angra dos Reis, Costa Verde do Rio de Janeiro. A embarcação, avaliada em R$ 600 mil, está no nome de Alexandre Mota, um amigo de infância do policial reformado.
De acordo com a Polícia Civil, Lessa é proprietário de um terreno no mesmo condomínio onde estava ancorada a lancha.
O MP-RJ e a Polícia Civil não informaram se a lancha pode ser usada em um futuro leilão para a indenização das vítimas.
Na casa de Alexandre, no Méier, zona norte da capital, ainda foram encontrados 117 fuzis desmontados. Esta foi a maior apreensão de fuzis na história do Estado do Rio.
Assista: Polícia Civil apreende arsenal e lancha ligadas a suposto assassino de Marielle
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruno Oliveira