"Uma manifestação democrática corre risco de ser marcada por vândalos", diz Paes após novo quebra-quebra
Sinais de trânsito, pontos de ônibus e placas foram destruídas
Rio de Janeiro|Do R7

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, diz temer que o movimento que vem tomando as ruas da cidade e de todo o Brasil fique marcado pela ação de uma “minoria de vândalos”. Entre a tarde e noite de quinta-feira (20), mais de 300 mil pessoas foram às ruas do centro da capital fluminense cobrar saúde e educação de qualidade, além de criticar os investimentos em Copa e Olimpíada. O movimento terminou em quebra-quebra e com ao menos 62 feridos.
— A manifestação é legítima, faz parte do processo democrático e da história da cidade. Mas a gente não pode deixar de ressaltar essa minoria que pratica vandalismo. Não podemos deixar que esses atos marquem uma manifestação democrática.
De acordo com Paes, o fato de o carro da emissora de televisão SBT ter sido incendiado prova que o movimento corre o risco de fugir do rumo.
— Quando queimam um carro da imprensa, mostra que o viés está errado.
As declarações do prefeito foram dadas durante coletiva no fim da manhã desta sexta-feira (21), no Centro de Operações. Paes apresentou o balanço das cenas de guerra registradas no centro.
De acordo com levantamento feito ao longo da madrugada, foram 98 sinais de trânsito quebrados, 31 placas derrubadas, 62 pontos de ônibus depredados, cinco relógios públicos apedrejados e 46 placas de rua arrancadas.
Foram danificadas ainda 340 lixeiras, sendo muitas delas usadas para fazer fogueira, além de sete carros, duas cabines da Polícia Militar, a sede da Unidade e Ordem Pública do centro e 26 dos 28 radares do sistema BRS de ônibus. A maioria dos danos foi causado na avenida Presidente Vargas.
Paes lamentou também o quebra-quebra no Terreirão do Samba, na Praça Onze, onde ocorria um evento da Copa das Confederações.
— É muito triste ver um local de tradição, que representa o nosso samba, ser destruído dessa maneira.
Prefeito revoga aumento de passagens
Na quarta-feira (19), Eduardo Paes anunciou a redução dos preços das passagens de ônibus. O aumento do transporte, anunciado em 1º de junho, foi o estopim para o início da mobilização de manifestantes. A tarifa no Rio, que havia passado para R$ 2,95, voltou a custar R$ 2,75.
Contudo, embora a prefeitura do Rio e de outras cidades pelo Brasil tenham recuado, o número de manifestantes pelo País vem crescendo. Eles exigem melhor administração do dinheiro público. Em seus cartazes, levantam bandeiras contra a corrupção.