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Uma semana após morte de menino, estudantes fazem ato na Maré

Marcos Vinícius, de 14 anos, foi morto a caminho da escola há sete dias; passeata reuniu alunos, moradores e familiares do adolescente

Rio de Janeiro|Jaqueline Suarez, do R7*

Alunos de outras escolas do Complexo da Maré participaram do protesto
Alunos de outras escolas do Complexo da Maré participaram do protesto

Uma semana após a morte de Marcos Vinicius da Silva no Conjunto de Favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, moradores da comunidade e familiares fizeram um ato em homenagem ao garoto no Ciep Operário Vicente Mariano, onde ele estudava. O adolescente, de 14 anos, foi baleado a caminho da escola no último dia 20, durante uma operação policial.

O protesto realizado na manhã desta quarta-feira (27) reuniu alunos e professores de várias escolas do Complexo da Maré. Nas mensagens, expressas em camisetas e cartazes, os participantes celebraram a vida de Marcos e cobraram a investigação do caso. A mãe do adolescente, Bruna Silva, participou da homenagem.

Mãe de aluno morto diz dormir com frase: 'Eles não viram o uniforme?'

"Tiro partiu da polícia", diz mãe
"Tiro partiu da polícia", diz mãe

Na última segunda-feira (25), os pais do estudante prestaram depoimento na DH/Capital (Delegacia de Homicídios da Capital), responsável pela investigação do crime. Aos policiais, eles disseram que, antes de morrer, o menino contou que o tiro partiu do blindado da polícia. A versão foi confirmada pelo depoimento de outro adolescente, colega de Marcos, que o acompanhava no momento em que ele foi atingido.


Além dos depoimentos, a especializada anunciou que fará uma reprodução simulada, ainda sem data definida.

A ação que vitimou Marcus terminou com outras seis pessoas mortas, que seriam, de acordo com informações da Polícia Civil, suspeitos. A Justiça do Rio determinou que o chefe da corporação apresente, até dia 2 de julho, um relatório sobre a operação na Maré.


Vidas Negras

A ONU Brasil (Organização das Nações Unidades) lançou nota lamentando a morte do estudante. Segundo a instituição, 31 crianças e adolescentes são vítimas de homicídios todos os dias no país. Os adolescentes negros estão até três vezes mais vulneráveis a mortes violentas em comparação com os brancos na mesma faixa etária.


“A convicção de que este ciclo de violência precisa acabar levou o Sistema ONU no Brasil a lançar a campanha ‘Vidas Negras’, pelo fim do racismo e da violência letal contra a população negra. As Nações Unidas fazem um apelo público pela garantia do direito à vida de cada criança, adolescente, jovem, mulher e homem negro”, declarou a instituição.

“É inadmissível que a trajetória de vida de adolescentes, como Marcos Vinícius da Silva e tantos outros, seja interrompida de forma violenta, gerando consequências tão graves quanto permanentes para outras crianças e adolescentes, suas famílias, suas comunidades e a sociedade brasileira”, concluiu a nota lançada pela ONU Brasil.

*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa

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