"Acho justo", diz secretário sobre aumento de tarifa de ônibus em SP
Valor da passagem vai de R$ 4 a R$ 4,30 a partir de 7 de janeiro de 2019. Governo do Estado não informou sobre aumento no Metrô e na CPTM
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7
“Eu acho que é um preço justo”, disse o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, João Octaviano Machado Neto, após a Prefeitura de São Paulo anunciar que a tarifa do ônibus passará de R$ 4 para R$ 4,30, a partir do dia 7 de janeiro de 2019.
Em entrevista ao R7 neste sábado (29), dois dias antes de sair do cargo para assumir a mesma pasta no governo do Estado, Octaviano afirmou que a tarifa é conveniente, uma vez que “recompõe as questões inflacionárias, além de estar atenta ao cenário macroeconômico e ser socialmente justa porque garante a possiblidade do município de manter a gratuidade para os mais vulneráveis”.
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O percentual de aumento foi baseado na inflação dos últimos três anos, de acordo com o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), de 13,06%. “É a correção da inflação nesse período, considerando todas as perdas econômicas que não só o Estado teve, mas todos os demais.”
“A prefeitura não irá lucrar com esse aumento”, diz o secretário. “Estamos enfrentando limitação na receita orçamentária e, por isso, precisamos aumentar a tarifa.” Na quarta-feira (26), a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei do Orçamento de 2019. Apresentado pela Comissão de Finanças e Orçamento da casa, o texto fixa os gastos da cidade em R$ 60,5 bilhões, cerca de 10% maior que o Orçamento deste ano. Destes, R$ 2 bilhões serão para os subsídios dos ônibus públicos. Octaviano afirma que a gratuidade de estudantes e aposentados será mantida. “Não vamos mexer numa conquista pública”.
Octaviano diz, ainda, que a pasta não irá aumentar novamente a tarifa do transporte público até dezembro de 2019, quando a inflação terá um novo valor.
Atualmente, cerca de 10 milhões de viagens são feitas por dia nos ônibus que circulam na maior cidade da América do Sul.
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Metrô e CPTM
A prefeitura e o Estado fizeram, nos anos anteriores, o anúncio em conjunto do aumento da tarifa. Neste ano, apenas a pasta municipal o fez, mas Octaviano informou que houve sim diálogo com o Estado. “Houve o entendimento de que essa decisão seria tomada pelo próximo governo [gestão Doria]”, contou.
Questionado se o governo também irá aumentar a tarifa do Metrô e da CPTM, Octaviano, que irá coordenar a parte de logística e transportes do Estado, respondeu que isso não lhe compete — o valor das passagens de transporte não serão de sua responsabilidade dentro da secretaria.
O novo governo irá tomar posse no próximo 1° de janeiro. João Doria fará uma cerimônia mais enxuta, para que ele possa acompanhar a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em Brasília, no mesmo dia.