Agressores de Luan podem ter recebido de taxista informação sobre ida de jogador a motel
Torcedores invadiram o local onde o atleta estava na madrugada de segunda-feira (3) e promoveram agressões e ameaças
São Paulo|Laura Lourenço, da Agência Record
Os homens que agrediram o jogador Luan Guilherme, do Corinthians, teriam recebido uma informação privilegiada de onde o meia estava, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Daniel José Orsomarzo. Segundo a investigação, a informação sobre a presença de Luan em um motel teria vindo de um motorista de táxi que havia levado uma garota até o local naquela noite.
Não foram divulgados outros dados sobre a identidade do condutor.
Os dois amigos do jogador que também foram agredidos no motel compareceram à Drade (Delegacia de Polícia de Representação aos Delitos de Intolerância Esportiva) na tarde desta quinta-feira (6).
Segundo o delegado, na quarta-feira (5) os amigos registraram um boletim de ocorrência no 2° Distrito Policial de Barueri e, nesta quinta, validaram as informações do depoimento.
Ainda de acordo com o policial, a guarita do motel não tem obstáculo que impeça a entrada ou a saída de outras pessoas. Desse forma, o grupo chegou ao motel Caribe, e um dos homens disse ao funcionário que eles fariam uma cobrança no quarto 45, onde o jogador estava.
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Os suspeitos entraram no quarto, que provavelmente já estava aberto, por não haver sinais de arrombamento, e agrediram apenas Luan. Os amigos tiveram lesões e realizaram exames de corpo de delito, mas as agressões foram majoritariamente direcionadas ao jogador.
As vítimas afirmaram que um dos suspeitos utilizou uma arma para ameaçar o atleta e exigiu que ele saísse do time.
De acordo com o delegado, os policiais militares e os funcionários do motel deverão ser intimados a prestar depoimento. A assessoria de imprensa de Luan será comunicada para que ele também seja ouvido.
O jogador não compareceu a nenhuma delegacia nem se pronunciou, e a polícia acredita que ele esteja com medo. Ele poderá ser intimado a depor.
Investigação
Os policiais já estiveram no motel para recolher imagens dos circuitos de segurança e ouviram os funcionários — que até o momento afirmaram não terem sido agredidos nem hostilizados.
Os próximos passos são ouvir as testemunhas e averiguar a materialidade da informação da presença de uma arma de fogo durante as agressões.
Se for provado que alguém estava armado, os policiais podem continuar as investigações sem um registro formal do atacante e alterar a natureza do registro para tentativa de homicídio.
Ao todo, sete agressores são suspeitos, e todos foram identificados pelos policiais. Agora as autoridades estão verificando se são filiados a alguma torcida organizada ou a alguma liderança.
O boletim de ocorrência no 2° DP de Barueri foi registrado como porte ilegal de arma, ameaça e agressão/lesão corporal.