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Ameaçado de morte pelo PCC, promotor recebe apoio do MP-SP

Motivo da ameaça seria a possível transferência de Marcola, líder da facção criminosa, e de alguns membros da cúpula para presídios federais

São Paulo|Plínio Aguiar, do R7

Cartas com plano de revanche de PCC estavam codificadas
Cartas com plano de revanche de PCC estavam codificadas

A Procuradoria-Geral da Justiça de São Paulo manifestou, publicamente, apoio ao promotor Lincoln Gakiya, ameaçado por uma facção criminosa em virtude do cumprimento de seu trabalho.A mensagem foi divulgada nesta segunda-feira (10) no site do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

O documento, em nome de dois mil promotores e procuradores, relata que os funcionários da promotoria estão habituados a um mundo em que imperam a violência e a intimidação, mas que integrantes da facção “desconhecem que tal comportamento não afetará o valoroso promotor (Gakiya)”.

Segundo o órgão, o único trabalho que o promotor fez até então foi o cumprimento da lei, esta “que pode e deve ser mais dura contra aqueles que lideram organizações criminosas”. No final, a pasta reafirma que o Ministério Público de São Paulo continuará trabalhando “de forma destemida”.

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Na última semana, duas mulheres foram presas na saída Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior do Estado. Com elas foram encontradas duas cartas codificadas, com ordens da alta cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital). As cartas, que foram decodificadas pela polícia, continham um suposto plano de matar um servidor da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) e o promotor Gakiya, caso a cúpula da facção fosse transferida para presídios federais.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que adotou, há algum tempo, todas as providências necessárias para impedir eventuais ações em Presidente Venceslau, incluindo a proteção da população local e do efetivo policial empregado na missão. E que por determinação da pasta o promotor citado já está sob escolta policial.


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Cartas apreendidas


As duas cartas, uma manuscrita e outra digitalizada, estavam com duas mulheres. Elas teriam ido visitar parentes presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. A primeira carta foi localizada dentro da bolsa de uma mulher de 45 anos. Já segunda estava dentro do veículo de uma vistante de 39 anos.

Um dos "salves", como são chamadas as ordens da fação, pedia a atenção de todos os integrantes: "Essa missão é de extrema, pois se o amigo aqui for para federal, essa situação tem que ser colocada no chão de qualquer forma". O bilhete ainda termina dizendo que "infelizmente a carona não deu certo, pois existe traidores no meio de nois (sic)" — segundo os investigadores, a "carona" seria o plano de resgatar o nº1 do PCC da prisão.

Com elas, também foram encontradas anotações de movimentações financeiras referentes ao tráfico de drogas. As duas mulheres foram presas em flagrante.

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