PCC ameaça matar promotor caso Marcola seja transferido de SP
Cartas aprendidas em Presidente Venceslau (SP) mostram instruções para os "irmãos de rua". Um agente prisional também foi ameaçado
São Paulo|Ingrid Alfaya, do R7
Duas mulheres foram presas pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), na tarde de sábado (8), na saída da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.
Com elas foram encontradas duas cartas codificadas, com ordens da alta cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital). As duas mulheres foram presas em flagrante.
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As cartas, que foram decodificadas pela polícia, continham um suposto plano de matar um servidor da SAP (Sistema Administração Penitenciária) e o promotor Lincoln Gakiya, caso a cúpula da facção fosse transferida para presídios federais. A informação foi confirmada pelo próprio promotor, que não quis dar entrevista.
No início da semana, Gakiya pediu a transferência de integrantes da cúpula da facção, inclusive do líder da organização criminosa, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. O pedido veio depois que um suposto plano de resgate de Marcola foi descoberto pela Polícia Civil e MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que adotou, há algum tempo, todas as providências necessárias para impedir eventuais ações em Presidente Venceslau, incluindo a proteção da população local e do efetivo policial empregado na missão.
E que por determinação da pasta o promotor citado já está sob escolta policial.
Cartas apreendidas
As duas cartas, uma manuscrita e outra digitalizada, estavam com duas mulheres. Elas teriam ido visitar parentes presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. A primeira carta foi localizada dentro da bolsa de uma mulher de 45 anos. Já segunda estava dentro do veículo de uma vistante de 39 anos.
Um dos "salves", como são chamadas as ordens da fação, pedia a atenção de todos os integrantes: "Essa missão é de extrema, pois se o amigo aqui for para federal, essa situação tem que ser colocada no chão de qualquer forma". O bilhete ainda termina dizendo que "infelizmente a carona não deu certo, pois existe traidores no meio de nois (sic)" — segundo os investigadores, a "carona" seria o plano de resgatar o nº1 do PCC da prisão.
Com elas, também foram encontradas anotações de movimentações financeiras referentes ao tráfico de drogas. As duas mulheres foram presas em flagrante.