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Amigo diz que atirador o procurou para comprar arma sem registro

Em depoimento à polícia, conhecido de Grandolpho afirma que ele se sentia "piamente" perseguido por veículos por estar em "risco iminente"

São Paulo|Tarcísio Badaró, da RecordTV

Arma utilizada pelo atirador em Campinas tinha numeração raspada e munição antiga
Arma utilizada pelo atirador em Campinas tinha numeração raspada e munição antiga

Um amigo de Euler Grandolpho, de 49 anos, que não quis se identificar, afirmou em depoimento à Polícia Civil de Campinas que foi procurado para ajudá-lo a comprar uma arma sem registro. O fato teria ocorrido, segundo o relato, logo após Grandolpho ter informado o colega sobre a morte da mãe.

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Ambos se conheceram em uma oficina mecânica de conserto de motocicleta gerenciada pelo colega em 2007. Nesse ano, o amigo afirma que ele se apresentava como uma pessoa "normal e confiável". Na passagem para 2008, porém, Grandolpho teria começado a apresentar alterações de comportamento. 

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"Euler sentia-se perseguido, pois achava que carros que passavam defronte a oficina estavam a sua procura", relatou o amigo. Euler teria, segundo o depoimento, pedido que o amigo pesquisasse placas de veículos uma vez que acreditava estar em risco. No depoimento, o amigo do atirador afirma que chegou a pedir a colegas policiais que fizessem a checagem das placas, mas nada de anormal teria sido constatado. 

Euler teria procurado o 5º DP de Campinas para fazer um boletim de ocorrência, alegando se sentir perseguido. Ao ser atendido, a delegada pediu que ele apresentasse uma CPU com imagens gravadas dos veículos que estariam passando frequentemente em frente a oficina. 


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O atirador não teria apresentado a CPU e, segundo depoimento, teria ficado irritado com o pedido. Com isso, o amigo também teria passado a duvidar dos relatos de perseguição. Ao mesmo tempo, o amigo de Euler afirma que o atirador acreditava "piamente" estar sendo perseguido.


O amigo de Euler foi informado também sobre a morte de sua mãe. Segundo ele, Euler teria fechado sua oficina. O amigo relata que foi procurado pelo atirador, que pediu ajuda para comprar uma arma fria. O amigo afirmou, em depoimento, que não concordou. Ele disse ainda que procurou manter contato com os policiais de forma espontânea. 

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O caso

Após a missa das 12h, Grandolpho disparou contra o grupo que estava atrás dele na Catedral Metropolitana de Campinas, a 100 km de São Paulo. Com a correria, atirou nas pessoas em sua frente e, depois, com a entrada de policiais no local, se suicidou. Naquele momento, a população que estava na praça onde está localizada a catedral ficou perplexa com o sangue derramado no local, considerado sagrado.

Entre os mortos estão Cristopher Gonçalves dos Santos, 38, Sidnei Vitor Monteiro, 39, Eupidio Alves Coutinho, 67, José Eudes Gonzaga, 68, e Heleno Severo Alves, 84. Outras três pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas a hospitais. Policiais militares encontraram Grandolpho com duas armas de fogo – uma pistola 9 mm e um revólver 38, ambas com numeração raspada, o que pode indicar ilegalidade.

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