O novo comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo será o coronel Fernando Alencar Medeiros, que atuava como subcomandante-geral da corporação. O anúncio foi feito no início da tarde desta segunda-feira (9) pelo ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcelo Vieira Salles, que deixou o cargo no final da semana passada.
Muito emocionado, o coronel Salles agradeceu pelos 36 anos que serviu à corporação e disse que a transição será um processo tranquilo, tendo em vista o cargo que Medeiros, que já foi comandante da Rota, ocupava na corporação.
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Salles afirmou que deixa a PM sem mágoas. "Normalmente, com 30 anos, a gente vai para a reserva. Fiquei esses seis anos a mais por gratidão ao Estado de São Paulo. Não há mágoa alguma. Nós, servidores públicos, não temos direito de ter esse tipo de coisa."
Na última sexta-feira (6), o ex-comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo colocou o cargo à disposição e deixou o posto que ocupava desde 2018.
“O coronel Salles foi leal, correto, dedicado, um grande comandante da Polícia Militar. Ao longo destes meses, nós reduzimos os índices de violência aos menores da história. Nossa responsabilidade é aumentar a sensação de segurança e reduzir ainda mais esses índices”, afirmou o governador João Doria.
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Alencar assume a função nesta terça-feira (10) e, segundo o governo, tem como principal objetivo a manutenção da queda dos principais índices de criminalidade em todas as regiões do estado: "atualmente, São Paulo tem a menor taxa de homicídios da história – 6,2 a cada 100 mil habitantes".
A relação do oficial com o governador do Estado, João Doria (PSDB), vinha se desgastando desde o ano passado por questões relacionadas ao caso Paraisópolis, onde após uma ação da PM nove jovens morreram pisoteados.
Na semana passada, veio a público a conclusão da Corregedoria de que a ação dos policiais causou as mortes, mas o inquérito pede que eles não sejam punidos porque teriam agido em legítima defesa. Outra investigação, essa da Polícia Civil, continua em andamento.
Após o anúncio, o governador João Doria (PSDB) negou a existência de desavenças. "Nunca houve problemas. Sempre tivemos uma relação muito respeitosa. Ele vai para a reserva, tem um futuro brilhante pela frente e terá sempre o nosso apoio", disse.
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Coronel Alencar
O novo comandante-Geral da PM tem 50 anos e ingressou na instituição como aluno-oficial em 1985. Bacharel em Direito e Educação Física, coronel Alencar tem especialização em Direito Penal e Processual Penal e é mestre e doutor em Ciências Policiais de Segurança e de ordem Pública. Ele já atuou como instrutor da Academia da PM do Barro Branco e da Escola Superior de Soldados.
Ele também foi comandante do 16º Batalhão Metropolitano e do 1º Batalhão de Choque – Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Atuou na Casa Militar e foi instrutor de Direitos Humanos para Forças de Segurança na América Latina pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.