Arena Corinthians passa no teste, mas torcedores enfrentam dificuldades na abertura da Copa do Mundo
Invasões de torcedores foram destaques dentro e fora do estádio
São Paulo|Amanda Mont'Alvão Veloso, Paulo Amaral e Thiago Calil, do R7


O clima de festa predominou em São Paulo nesta quinta-feira (12) para a abertura da Copa do Mundo. Apesar dos protestos pela manhã, que chegaram a fechar duas estações do metrô na Zona Leste, o torcedor queria mesmo é saber de aproveitar o mundial.
O acesso à Arena Corinthians de transporte público se mostrou a melhor opção. Quem usou o trem, batizado de Expresso da Copa, descia na estação de Itaquera, ao lado do estádio. Com sinalização bilíngue, placas e adesivos no chão, não foi difícil se localizar até a saída.
A dificuldade começava após as catracas. A reportagem do R7 flagrou diversos torcedores sendo orientados a voltar para o metrô — pagar uma nova passagem — e seguir até Artur Alvim para, só assim, encontrarem o portão de acesso ao estádio.
Jornalistas da CNN ficam feridas em protesto contra Copa
Dentro da arena, a maior reclamação mesmo foi o preço da cerveja. Os R$ 10 cobrados por uma long neck foram considerados um exagero por parte dos torcedores, que ainda assim consumiam bastante e, minutos depois, também enchiam os banheiros do estádio.

Mas não foram apenas os torcedores que passaram por alguns atropelos. Jornalistas presentes na tribuna de imprensa tiveram problemas com internet wi-fi e apelaram para a conexão por cabos, que nem de longe lembra o exigente padrão Fifa.
Alguns torcedores também não foram contidos pela segurança e invadiram o setor destinado à imprensa. O estádio perdeu 25% da iluminação por alguns minutos, mas nada que afetasse o trabalho no evento esportivo de maior audiência no mundo.
Veja fotos da festa de abertura
Do lado de fora, muitos curiosos foram até Itaquera apenas para estar mais pertinho do palco de abertura da Copa do Mundo. A área vip reservada para os funcionários de um shopping ao lado do estádio foi invadida e ocupada por milhares de torcedores de olho em um telão.
Sem estrutura para tanta gente, faltou banheiros e não era possível encontrar nem água. Quem conseguia uma lata de cerveja, virava herói. A caixa Camila Morais, de 29 anos, estava com as amigas e foi assediada por estrangeiros.
— Eles compraram cerveja da gente. Queriam pagar em dólar, mas a gente não aceitou.
Mesmo assim, a festa seguiu sem grandes incidentes. Na saída do estádio, o Expresso da Copa deixava a estação Itaquera com intervalos de quatro minutos, o suficiente para dar vasão aos torcedores sem maior sufoco.
Torcida protesta, zica e faz a festa ao lado do Itaquerão
Os metalúrgicos do Piauí Rafael Douglas e Felipe Diego fizeram o trajeto 20 minutos após o fim da partida e ficaram satisfeitos.
— Estava bem cheio, mas foi tranquilo. Não teve problemas.
Com a vitória brasileira e a Copa em casa, a torcida passou por cima das dificuldades e terminou o dia satisfeita com a experiência.