Batalhões de PMs com câmeras no corpo têm letalidade zero em junho
Nas 18 áreas em que as bodycams foram utilizadas, nenhuma pessoa morreu em decorrência de ações policiais no mês passado
São Paulo|Guilherme Padin, do R7
Os 18 batalhões da Polícia Militar de São Paulo que utilizaram câmeras nos uniformes de seus agentes tiveram letalidade zero no mês de junho de 2021. Isto significa que não houve mortes de pessoas em decorrências de ações em que os policiais usavam a chamada bodycam.
Ao todo, são 3.000 câmeras utilizadas entre os batalhões de Ações Especiais, Policiamento de Área e da Rota, espalhados por 12 áreas da cidade de São Paulo e de seis outros municípios.
Na capital, os equipamentos estão presentes nos equipamentos das equipes do Centro, Freguesia do Ó, Jaçanã, São Mateus, Itaquera, Pinheiros, Ipiranga, Paraíso, Capão Redondo e Morumbi. Em outros municípios, Guarulhos, São Bernardo do Campo, Campinas, São José dos Campos, Sumaré e Santos.
De acordo com Elizeu Soares Lopes, ouvidor das polícias do estado de São Paulo, ainda é cedo para se tirar conclusões, mas os números dão sinais positivos. "A vigilância é sempre importante. As câmeras corporais permitem o respeito aos direitos humanos tanto por parte de policiais quanto por parte da população. O bom policial não teme a câmera. Temos visto excelentes resultados nesta fase inicial de implantação do programa de câmeras corporais", afirma o ouvidor.
Para este ano, como informa a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), há uma licitação em andamento para a aquisição de mais 7.000 câmeras.
Embora junho tenha sido o primeiro mês após a ampliação do uso das câmeras para os agentes (que começou em agosto passado), a Polícia Militar não atribui esta queda somente ao equipamento.
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Para a corporação, as estatísticas fazem parte de uma série de ações, na qual as câmeras se incluem. Entre elas, estariam o uso de armas de menor potencial ofensivo (ou menos letais), o sistema de saúde mental da PM, investigações técnicas dos casos e supervisão e disciplina internas.
Queda de 53% em relação ao mês passado
Considerando todo o estado de São Paulo, ou seja, não somente os batalhões com câmeras acopladas nos uniformes, foram 22 mortes em decorrência de ações policiais em supostas resistências.
O número representa uma queda de 53% em relação ao mesmo mês no ano passado, quando 47 pessoas morreram.
Se colocado em recorte o período de junho de 2019 a junho de 2020, foram 852 mortes. Entre junho de 2020 e junho de 2021, o número caiu para 545, ou seja, uma redução de 36%.