Bolivianos bloqueiam avenida Celso Garcia em protesto contra morte de criança de cinco anos
Manifestação é pacífica e não houve registro de tumulto na noite deste sábado (29)
São Paulo|Do R7, com agência Record
Um grupo de cerca de 100 bolivianos bloqueia nos dois sentidos a avenida Celso Garcia, na zona leste de São Paulo, na noite deste sábado (29). Eles protestam contra a morte do garoto Brayan Yanarico Capcha, de cinco anos, durante um assalto na última sexta-feira (28).
A manifestação teve início, por volta das 19h, na rua Coimbra esquina com a rua Bresser, no Brás, centro de São Paulo. A polícia disse que a manifestação é pacífica e que não houve registro de nenhum tumulto.
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A polícia já prendeu dois jovens suspeitos de participação no crime. Eles tiveram a prisão temporária decretada e foram levados ao 77º DP (Distrito Policial).
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O crime
Um morador chegava em casa de carro, por volta da 0h30 desta sexta-feira (28), quando seis homens se aproximaram, cinco deles estavam encapuzados. Eles estavam com duas armas e quatro facas. Três famílias de origem boliviana moram na residência que fica na Vila Bela, em São Mateus, zona leste de São Paulo. O imóvel é dividido em cômodos com cama, armários, fogão, geladeira e pia.
As dez pessoas que estavam na casa foram levadas para um desses quartos, no piso superior e mantidas reféns. Brayan estava no andar de baixo e foi entregue à mãe por um dos assaltantes. Ele ficou assustado e começou a chorar no colo dela.
Os criminosos roubaram R$ 4.500 durante o assalto. Eles ainda pediam mais dinheiro e ficaram incomodados com o choro do menino. Um dos assaltantes, armado com um revólver, mandou a criança se calar, caso contrário, atiraria. Foi naquele momento que Brayan pediu para não ser morto e também para que não assassinassem a mãe dele.
O menino levou um tiro na cabeça depois que a mãe ajoelhou e mostrou a carteira vazia. Após o crime, eles fugiram levando o dinheiro. O menino foi levado a um hospital, mas já chegou morto à unidade de saúde. O corpo dele vai ser enterrado na Bolívia.
Os pais de Brayan vieram com ele para o Brasil há seis meses. Eles moravam e trabalhavam como costureiros no mesmo imóvel onde aconteceu o crime. Após a tragédia, a mãe disse que não quer mais continuar vivendo no País e vai voltar à Bolívia nos próximos dias. Brayan era filho único do casal.