Câmara Municipal de SP aprova CPI para investigar Prevent Senior
Pedido por investigação considera denúncias de médicos por crimes cometidos no tratamento de pacientes com covid-19
São Paulo|Gabriel Croquer, do R7
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quinta-feira (30) a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a operadora de saúde Prevent Senior por supostos crimes cometidos no tratamento de pacientes infectados com covid-19.
O pedido para instalar a comissão (veja abaixo na íntegra) foi feito pelo vereador Antonio Donato (PT) e considera as denúncias relatadas à CPI da Covid, instalada no Senado Federal, por médicos e advogados que trabalharam na rede. Na solicitação, o verador também afirma que boa parte dos hospitais da operadora estão na cidade de São Paulo.
A comissão terá cinco membros, que serão definidos pelos líderes partidários em até uma semana. O vereador Antonio Donato presidirá a CPI.
Em São Paulo, a Prevent também virou alvo de investigação do Ministério Público estadual, que criou uma força-tarefa para o inquérito. O procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, determinou "total atenção" à apuração.
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Segundo as denúncias, a empresa teria omitido a causa do óbito em decorrência da covid-19 dos pacientes vítimas da doença tratados com remédios sem eficácia comprovada para a infecção. A Prevent Senior també foi de fazer experimentos com os remédios do chamado “kit Covid” sem o conhecimento dos pacientes internados.
"A conduta da empresa Prevent Senior no enfrentamento da COVID19 pode ter levado a óbito diversos munícipes paulistanos, podendo inclusive estar caracterizado o crime de homicídio doloso a ser tipificado no quadro diretivo da citada empresa", completa no pedido o vereador Donato.
Nesta quarta-feira (29), a operadora sofreu sua primeira derrota judicial em decorrência das denúncias e foi condenada a pagar R$ 1,9 milhão à família de um paciente com covid-19 que foi tratado com o "kit Covid" mas não foi transferido à UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital onde estava.
A empresa nega as acusações e afirma que ex-funcionários roubaram e adulteraram dados de pacientes para "fabricar" denúncias contra a empresa.