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Capoeirista que acusa PMs de agressão presta depoimento

Família gravou vídeo da ação para denunciar abuso. PMs envolvidos no caso dizem que o Mestre Nenê resistiu à abordagem e estava fora de si

São Paulo|Do R7

O capoeirista Mestre Nenê prestará depoimento no 14° DP (Pinheiros), nesta quarta-feira (26), às 15h, sobre a agressão que diz ter sofrido de policiais militares durante uma abordagem em comunidade na Vila Madalena, zona oeste da capital, no dia 19 deste mês.

A família do capoeirista gravou um vídeo da ação para denunciar o abuso. Os PMs envolvidos no caso dizem que o Mestre Nenê fugiu, resistiu à abordagem e estava fora de si. Segundo os policiais, eles chegaram ao local pela localização próxima de um celular que havia sido furtado na região.

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De acordo com a esposa do capoeirista, na última quarta-feira (19), Nenê estava na frente da casa de dois alunos e ao lado de quatro crianças — entre elas, o seu filho —, quando viaturas da Polícia Militar passaram pelo local em atendimento a uma denúncia de assalto na rua Wisard, que fica nas proximidades.

Ainda segundo a família do capoeirista, os policiais pararam as viaturas em frente à casa e obrigaram todos os homens a se deitarem no chão. Nenê, que estava com o filho no colo, tentou deixá-lo na casa de um dos vizinhos.


Porém, um dos PMs derrubou o capoeirista com um golpe conhecido como mata-leão. O policial também teria empurrado Nenê até uma vielha e desferidos vários chutes em seu corpo, antes de algemá-lo..

Imagens gravadas por celulares mostram os policiais em volta do capoeirista. Um deles, que está armado, impede as pessoas de se aproximarem.


Nenê foi encaminhado ao 14° DP (Pinheiros) e, posteriormente, ao Pronto Socorro da Lapa. A esposa o acompanhou durante o trajeto e disse que o capoeirista chegou algemado e sem máscara na unidade médica, onde recebeu atendimento e antes de retornar à delegacia.

Nenê e sua esposa registraram um boletim de ocorrência por desacato e abuso de autoridade. No início da madrugada da quinta-feira (20), o capoeirista foi conduzido ao IML (Instituto Médico Legal fazer exames de corpo de delito.


Caso é investigado pelo 14º DP (Pinheiros) e pela Corregedoria da Polícia Militar
Caso é investigado pelo 14º DP (Pinheiros) e pela Corregedoria da Polícia Militar

Versão dos PMs

Segundo informações registradas no boletim de ocorrência, os PMs Higor Alexandre Sivelli e Cleber Bezerra de Oliveira informaram que receberam um chamado verificar uma ocorrência de roubo para a Rua Wisard, 193.

O suspeito seria um motoboy com uma mochila de entrega que teria fugido do local. Ele teria roubado notebooks, celulares e a localização de um dos aparelhos telefônicos indicava que o equipamento estaria na rua Fidalga.

Quando chegaram ao endereço, os PMs decidiram abordar quatro homens que estavam em frente a uma casa. O capoeirista, que estava com seu filho no colo, teria desobedecido a ordem legal de abordagem e deixou o local rapidamente, indo até uma viela.

Os PM o seguiram e pediram para que ele deixasse a criança no chão e parasse. Ainda conforme o relato dos policiais militares, Nenê não obedeceu novamente a ordem, se jogou no chão e começou a gritar, motivo pelo qual as equipes contiveram o capoeirista e o algemaram.

Os policiais Cleber e Higor relataram que tanto as equipes quanto Nenê ficaram feridos. Quando encaminhado para o hospital, o capoeirista estaria fora de si, batia a cabeça nos vidros da viatura e teria recusado atendimento.

Outras equipes da PM que continuaram na rua Fidalga informaram aos policiais envolvidos na ação que tinham conseguido prender o criminoso que realizou o assalto. O suspeito, que teria confessado o roubo, também foi encaminhado ao 14° DP. Os objetos foram recuperados.

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) reafirmou a versão dos policiais militares e disse que o caso também é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar.

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