Um casal suspeito de torturar, matar e ocultar o cadáver do menino Luiz Guilherme Silva de Campos, de 4 anos, é julgado por juri popular na manhã desta segunda-feira (16), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.
De acordo com o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), serão ouvidas cinco testemunhas, entre acusação e defesa de um dos réus — o júri começou às 9h30.
“Tenho esperança que ele volte vivo”, diz avó de menino torturado e morto por enfermeiro
Relembre o caso
Um enfermeiro foi denunciado à Justiça por torturar até a morte um menino de 4 anos e depois esconder seu corpo. O MPE (Ministério Público Estadual) se baseou no depoimento do namorado do suspeito. O suspeito atuava no Samu (Serviço Ambulatorial Móvel de Urgência).
Luiz Guilherme Silva de Campos estava sob a guarda do enfermeiro porque a mãe, que já tinha outros três filhos, não tinha condições de criá-lo. No entanto, segundo a denúncia, o suspeito "começou a apresentar traços de personalidade violenta e extremamente agressiva".
Entre as violências, estariam sessões de tortura como obrigar a criança a se ajoelhar sobre feijões ou passar por mais de quatro horas parada em uma cadeira. Vizinhos relataram também ouvir choros durante a madrugada com frequência.
O ápice das agressões teria ocorrido no dia 15 de outubro, quando a Promotoria acredita que Luiz Guilherme morreu. O suspeito diz que entregou nessa data o menino para o pai biológico. O namorado contou que o enfermeiro bateu no garoto no dia 12 de outubro, Dia das Crianças, porque Luiz Guilherme não teria andado rápido e o casal iria a um compromisso pessoal. No dia seguinte, o suspeito teria agredido a vítima com um fio de um ferro de passar, por não ter recolhido as fezes dos cachorros.
Após o terceiro dia de tortura, o menino passou mal e, segundo as investigações, vomitou na cama do enfermeiro. Isso, de acordo com o promotor, deixou o suspeito ainda mais furioso, que "passou a apertar o pescoço de Luiz Guilherme até que ele desfalecesse".
A avó do menino Luiz Guilherme Silva de Campos ainda se apega à ideia de que o neto pode voltar com vida para a casa. Ela conversou com a reportagem do Jornal da Record e afirmou que acredita que a criança, cujo corpo nunca foi localizado, está viva.
"Ainda tenho esperança de ver o meu neto com vida (...) Hoje mesmo estava lembrando dele, então tenho a esperança que o Luiz Guilherme volte vivo", disse.