Caso Gael: laudo aponta ferimentos causados por anel usado pela mãe
Depoimento da mãe de Gael de Freitas Nunes à polícia dura mais de 5 horas. Pai e vizinhos podem ser ouvidos novamente
São Paulo|Isabelle Gandolphi e Edilson Muniz, da Agência Record
A polícia apreendeu um anel que pertenceria a mãe do menino Gael de Freitas Nunes, 3 anos, e a perícia apontou ferimentos que podem ter sido causados pelo objeto na testa da criança. Gael foi morto na segunda-feira (10), no apartamento onde morava com a família, no bairro da Bela Vista, na região central de São Paulo.
O pai afirmou à polícia ser separado da mãe há seis meses. Ele disse também que, no fim de semana, a criança não aparentava nenhuma anormalidade. Ele, juntamente com os vizinhos, podem ser ouvidos novamente pelos policiais para dar mais detalhes sobre as circunstâncias da morte.
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O depoimento de Andréia, mãe de Gael, encontrado morto dentro de apartamento, no bairro da Bela Vista, na região central nesta segunda-feira (10), durou mais de 5 horas. A mãe de Gael chegou por volta de meia-noite desta terça-feira (11) na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher e deixou o local às 5h15 em uma viatura descaracterizada.
Segundo informações preliminares dadas por investigadores, a mãe descreve como foi todo o dia da família. Porém, nos minutos antecedentes da morte de Gael, a mulher para de falar.
Os policiais conversaram cerca de uma hora com o porteiro do prédio e também buscaram por imagens de câmeras de segurança do condomínio, que possam mostrar possíveis movimentações da família.
Andréia foi encontrada em estado de choque no apartamento. Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital do Mandaqui, onde ficou internada sob escolta policial.
Após receber alta médica, a suspeita foi encaminhada à delegacia, onde prestou depoimento por mais de cinco horas. Posteriormente, Andréia foi levada ao Instituto Médico Legal (IML) Sul, passou por exames e foi encaminhada à carceragem do 89° Distrito Policial do Portal do Morumbi.
Internações
A mãe de menino de 3 anos encontrado morto dentro de apartamento, no bairro da Bela Vista, na região central, já foi internada quatro vezes por distúrbios mentais. A informação foi confirmada pela tia avó de garoto Gael de Freitas Nunes, Maria Nanete de Freitas, que estava no apartamento da família, quando o menino morreu.
Maria disse em depoimento na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, que os problemas psiquiáricos começaram quando a mãe do menino passou a tomar remédios para emagrecimento. A tia-avó de Gael, no entanto, afirmou que não tinha conhecimento que a mãe do menino estivesse passando por tratamento atualmente.
Maria afirmou à delegada que, por volta das 7h30 da manhã da segunda-feira (10), deu mamadeira para Gael e os dois ficaram na sala assistindo televisão. Minutos depois, Gael foi para a cozinha, onde estava a mãe, Andréia. Maria permaneceu na sala e a irmã, do menino, uma adolescente de 13 anos estava no quarto.
A tia-avó contou que ouviu o menino chorar, mas pensou que ele queria o colo da mãe. Ela chamou, então, o menino para voltar a assistir desenho, mas a mãe respondeu que o filho iria ficar na cozinha. Cinco minutos depois, a tia-avó escutou barulhos fortes de batidas na parede, mas achou que o som era de outro apartamento. Logo depois o menino parou de chorar.
Cerca de 10 a 15 minutos depois, Maria relata ter ouvido o barulho de vidros estilhaçando. Ela foi até a cozinha e encontrou o menino no chão, coberto com uma toalha, em meio a uma poça de vômito. Ela perguntou para a mãe o que tinha havido com Gael, mas a mulher, que parecia estar em estado de choque não disse uma única palavra.
Os policiais militares foram acionados por moradores do prédio. Quando a equipe médica do Samu chegou ao apartamento, Gael estava em parada cardiorrespiratória. A equipe de resgate prestou todos os procedimentos possíveis para reanimar o garoto.
A criança, que apresentava hematomas, morreu no trajeto ao hospital ao pronto socorro da pediatria da Santa Casa de São Paulo, segundo o médico doutor Washington Canedo. A mãe foi levada ao Hospital do Mandaqui, onde passou por uma avaliação psiquiátrica e ficou internada sob escolta policial. O caso foi apresentado na 1ª Delegacia da Mulher, no Cambuci, na zona central de São Paulo.