Polícia pede ajuda da população para identificar suspeito, à esquerda da imagem
Reprodução/Record TVA Polícia Civil identificou, nesta terça-feira (30), o segundo suspeito de participar do sequestro e morte do jovem Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, crime ocorrido no dia 14 de junho. De acordo com o Dr. Fábio Pinheiro do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), o ex-policial militar Gilberto Eric Rodrigues é o comparsa do sargento Adriano Fernandes de Campos, já preso por envolvimento no assassinato.
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Segundo a polícia, Gilberto é um fugitivo, desde 2015, do presídio Romão Gomes após ser condenado pelos crimes de chacina e homicídio. Desde então ele trabalhava para o sargento Adriano, em sua empresa de segurança. Ele usava um nome falso, se identificando como Roberto e não como Gilberto.
A polícia o identificou na última semana e estava confiante de que iriam conseguir prendê-lo nesta terça-feira (30). Porém, a operação não teve sucesso e, dessa maneira, a polícia decidiu divulgar seu nome e foto para contar com a ajuda da população.
Análise do carro usado no crime
O ex-PM Gilberto foi identificado após suas impressões digitais serem encontradas no banco de trás do veículo que teria sido usado no crime. Para os responsáveis pela investigação, o criminoso segurava Guilherme no banco traseiro, enquanto o sargento Adriano dirigia o veículo.
Para o DHPP, apenas os dois suspeitos tiveram participação no crime. No entanto, ainda restam os resultados de dois laudos periciais e a prisão de Gilberto para a conclusão do inquérito.
Na última segunda-feira (29) a Polícia Civil encontrou uma mancha em carro do sargento Adriano.
De acordo com o DHPP, durante a perícia, a polícia utiliza um produto que reage para qualquer substância que tenha ferro. O produto reagiu para a mancha encontrada dentro do veículo. Dessa maneira, o material coletado foi encaminhado para o laboratório que irá verificar se trata-se de uma mancha de sangue ou alguma outra substância.
Ainda nesta segunda-feira (29), a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que sete armas, que podem ter sido utilizadas no crime, foram apreendidas preventivamente e encaminhadas ao Instituto de Criminalística.
Na semana passada, a investigação divulgou a conclusão do laudo necroscópico, que constatou que Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, morreu com dois tiros. Um na nuca e outro no rosto.
A polícia acredita que ele foi executado com o tiro na nuca e, quando ele caiu, foi baleado no rosto com o que chamam de "tiro de misericórdia".
O vigia do canteiro de obra e o supervisor da empresa do sargento Adriano foram ouvidos e liberados na semana retrasada. O vigia, que era suspeito de participar da morte, disse que fugiu pois temia ser assassinado e revelou à polícia nome do segundo suspeito de participar do crime.
O vigilante Fábio decidiu comparecer na tarde do dia 19 na sede do DHPP - Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa - depois que viu na TV que era considerado foragido.
Ele esclareceu à polícia que os patrões recomendaram que ele desaparecesse, pois poderia ser morto, já que tinha muitas informações sobre o que fez o sargento Adriano Fernandes de Campos, na noite do crime.
O policial Adriano Fernandes de Campos, suspeito de envolvimento no caso, já está no presídio Romão Gomes, no Tremembé, na zona norte. O PM foi levado no dia 17 deste mês para o DHPP para ser interrogado. Ele deixou a sede da delegacia e seguiu para o presídio Romão Gomes, que abriga policiais militares.
Na tarde do mesmo dia, o Tribunal de Justiça de São Paulo acatou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária de 30 dias do policial militar.
De acordo com a Polícia Civil, Adriano é um sargento do BAEP, lotado em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. É ele quem aparece nas imagens registradas momentos antes do desaparecimento do menino. O sargento seria o homem que olha para a viela e está com as mãos para trás, aparentando estar armado.
Segundo o delegado Fábio Pinheiro, o oficial era dono de uma empresa de segurança e prestava serviços para uma outra empresa, localizada nas proximidades da casa de Guilherme. Ainda segundo o delegado, o local vinha sofrendo atos de vandalismo e furtos nos últimos dias. Segundo testemunhas, Adriano teria sido chamado por um porteiro, para impedir os atos criminosos.
A principal hipótese levantada pela polícia é de que o sargento pegou Guilherme, achando que ele era um dos vândalos, para dar uma "lição" nele.
Guilherme não tinha passagem pela polícia e foi sequestrado e morto após voltar de um churrasco na casa da avó.
01h30 - Ocorre uma tentativa de furto no canteiro de obras. O vigia Fábio chama a segurança e o PM Adriano, cuja a empresa fazia a segurança do local.
01h50 - O sargento Adriano chega em um carro preto na companhia de um outro homem. Em poucos minutos ficam sabendo da tentativa de furto e saem à procura dos suspeitos.
02h00 - Adriano retorna de carro ao canteiro de obras e entrega o celular dele ao vigia Fábio, dizendo que depois voltaria para pegar. O jovem Guilherme já estava no carro do policial. A polícia acredita que a intenção de Adriano era que o celular não fosse rastreado, pois já tinha premeditado o assassinato de Guilherme.
02h12 - Uma testemunha ouviu os dois tiros que mataram Guilherme. A polícia confirmou que Guilherme foi morto no local em que foi encontrado, em uma viela, a poucos metros da casa da avó dele.
04h40 - Família e amigos foram até o canteiro de obras à procura de Guilherme. O vigia Fabio disse que apenas o sargento Adriano poderia dar informações.
10h00 - O gerente da empresa de segurança do sargento Adriano foi até o canteiro de obras e resgatou com o vigia Fábio o celular do policial.
11h00 - Corpo do adolescente Guilherme, de 15, anos foi encontrado.