Caso Priscila: Mensagens para ex revelam que delegado temia modelo
Polícia voltou ao apartamento no ABC paulista com duas armas. Modelo morreu com um tiro no peito e polícia investiga se foi suicídio ou feminicídio
São Paulo|Thaís Furlan, da Record TV
Policiais civis voltaram nesta quarta-feira (27) ao apartamento do delegado Paulo Bilynskyj, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde a modelo Priscila Bairros morreu no último dia 20, e ele foi ferido com seis tiros. A jovem morreu com um tiro no peito e a polícia investiga se foi suicídio ou feminicídio. Troca de mensagens entre Bilynskyj e a ex-namorada, na véspera do crime, revela que ele estava preocupado com o comportamento da modelo.
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O delegado responsável pelo caso e os peritos levaram duas armas que pertencem a Bilynskyj e ficaram durante duas horas dentro do apartamento dele.
Os investigadores não quiseram dizer o motivo da nova perícia no imóvel, mas chamou a atenção o fato de usarem duas armas quando, na versão de Bilyinskyj, a modelo usou apenas uma pistola para atingí-lo e depois se matar.
Até agora cinco testemunhas foram ouvidas.
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O Jornal da Record teve acesso, com exclusividade, ao inquérito policial do caso. Nas 53 páginas do documento estão informações reveladoras, como a troca de mensagens entre o delegado e uma ex-namorada momentos antes dos disparos.
A conversa entre Paulo Bilynskyj e uma amiga começou às 21h15 da véspera do crime, quando o delegado revela que terminou o relacionamento com a modelo e que está com medo de ela fazer algo errado.
Ele escreve que a preocupação é que Priscila pegue uma arma dele. O delegado diz que a modelo está chorando muito.
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Às 21h18, a ex-namorada escreve que não conseguiria dormir com uma pessoa assim ao lado dela, com tantas armas ali. Paulo Bilynskyj responde que está preocupado.
Às 21h29, o delegado diz que Priscila vai para um hotel. Depois, às 23h15, fala que ela iria passar a noite no apartamento mesmo.
Às 23h18,ele diz que vai dormir no quarto de hóspedes e que as armas estão com ele. A ex-namorada pede para ele trancar a porta.
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A conversa é retomada cedo pela manhã, às 6h22. O delegado diz que a modelo ainda está desesperada e que ela acha que está grávida.
Às 8h09, ele manda a última mensagem antes dos tiros serem ouvidos pelos vizinhos. E escreve: "O que eu faço?"
O advogado da família da modelo, José Roberto Rosa, chama a atenção para o fato de as mensagens parecerem antecipar o desfecho. "Parece estranho, mas o que eles conversaram no dia anterior, à noite, acabou ocorrendo no outro dia de manhã. Ou seja, a possibilidade dele atentar contra a vida dele, a vida dela", disse.