Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Chuva, política e Daniela marcam parada mais vazia

Organização estima que público foi de 3 milhões de pessoas; PM fala que pico foi de 1,5 milhão

São Paulo|Com R7

Organização estima público de três milhões de pessoas. PM fala que pico de participantes foi de 1,5 milhão
Organização estima público de três milhões de pessoas. PM fala que pico de participantes foi de 1,5 milhão

A 17.ª edição da Parada Gay de São Paulo foi marcada neste domingo (2) por uma chuva insistente que afastou parte do público, muitos protestos contra o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e a cantora baiana Daniela Mercury como grande personagem. Daniela arrastou o público da avenida Paulista, transformou a rua da Consolação num grande bloco, cantou o Hino Nacional e dedicou o show à companheira, Malu Verçosa.

A organização do evento estimou o público em três milhões de pessoas — 1,5 milhão a menos que em 2012. A Polícia Militar informou que o pico de participantes foi de 1,5 milhão de pessoas na avenida Paulista. De capa, guarda-chuva — muitos com as cores do arco-íris — ou sem nenhuma proteção, quem participou do evento deste ano ouviu um discurso contundente de Daniela.

— Se a gente não vai para a rua dizer que não quer certas pessoas na Comissão de Direitos Humanos (da Câmara), não vai tirar ele (Feliciano) de lá. A gente já tirou um presidente da República. Não é possível que o governo brasileiro continue mantendo pessoas que não nos representam.

Parada gay tem prisões em flagrante por tentativa de furto e roubo


Fernando Haddad defende convivência pacífica na Parada Gay

O show da cantora começou com duas horas de atraso e só na rua da Consolação porque o trio dela, que foi trazido de Salvador e patrocinado pelo governo baiano, não foi autorizado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a cruzar a Paulista. O veículo tem 4,8 metros de altura, mas o máximo permitido na via é 4,5 metros. Ela, então, cantou num outro trio.


O pastor também foi alvo de piadas por parte do público. Como protesto às declarações do deputado, o enfermeiro Rogério Rocha, de 43 anos, carregava consigo a cartilha dos "defeitos humanos".

— O Feliciano fala muito dos direitos humanos e diz que nós, gays, somos os defeitos. Pois fiz uma sátira a ele.


O tom político começou antes mesmo do evento. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) desmentiu que é do prelado católico Opus Dei, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, classificou a gestão de Feliciano na Comissão de Direitos Humanos como "tragédia grega" e o deputado Jean Willys (Psol-RJ) discursou contra o "fundamentalismo religioso". Já o prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu subir em um trio elétrico. 

— Existe amor em São Paulo. Vamos lutar contra a intolerância e resgatar os direitos civis.

Em 2012, o então prefeito Gilberto Kassab (PSD) preferiu ficar no camarote.

Religião

Homossexuais da Igreja Cristã Evangélica Para Todos fizeram a campanha Para Deus, Somos Todos Iguais. Jair Simão de Souza, de 27 anos, que há cinco milita na causa, defendeu que as igrejas sejam mais inclusivas.

— Deus nos fez livres, então o outro tem de ser livre como Deus manda. É possível, sim, ser cristão de tendência evangélica e homossexual.

Não só os evangélicos foram alvo de protestos. A Igreja Católica também. O estilista José Roberto Fernandes, de 62 anos, fantasiou-se de papa. Não foi o único. Já seu companheiro, Marcos Oliveira, de 40, vestiu-se de São Francisco. Na avenida Paulista, também era possível encontrar várias pessoas fantasiadas de freiras e padres.

Esticada

Ao todo, foram 17 carros alegóricos. Por volta das 18h, por causa de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que estabelece horário para o fim do evento, a avenida Paulista já estava praticamente vazia. A festa, porém, acabou mais tarde. Boa parte do público desceu a Consolação rumo à praça da República, onde foi montado o palco para o show de encerramento da parada.

O principal nome da apresentação foi a cantora Ellen Oléria, vencedora do programa The Voice Brasil, da TV Globo, que sempre deixou clara sua opção sexual no programa. A expectativa era de que o evento durasse três horas mais do que no ano passado. O efeito Daniela Mercury levou muito mais casais de mulheres a esta edição da parada, tradicionalmente dominada pelo público masculino.

Assista ao vídeo:

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.