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Cidade com vacinação em massa vê Covid disparar, mas tem uma morte

Apenas um óbito foi registrado em Botucatu (SP) em 50 dias. Município recebeu vacinação em massa com a AstraZeneca

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

Em agosto, estudo concluiu imunização em massa da população de Botucatu (SP)
Em agosto, estudo concluiu imunização em massa da população de Botucatu (SP) Em agosto, estudo concluiu imunização em massa da população de Botucatu (SP)

A cidade de Botucatu (SP), que no ano passado recebeu vacinação em massa contra a Covid-19 com a AstraZeneca, registrou entre dezembro e janeiro um aumento de 604% dos casos confirmados da doença. Com 90% da população imunizada, no entanto, as hospitalizações e óbitos caíram substancialmente: o município registrou uma morte nos últimos 50 dias e duas internações em decorrência do vírus.

No período entre 10 de dezembro e 10 de janeiro, foram diagnosticados 514 infectados pela doença. Nos 30 dias anteriores, haviam sido 73 novos casos. O crescimento expressivo pode ser justificado pelo avanço da variante Ômicron na cidade, segundo comentário do secretário municipal da Saúde, André Spadaro, feito ao R7.

“Botucatu vem assistindo a um aumento significativo de casos nas últimas três semanas, sendo registrados 408 casos positivos entre os dias 19 de dezembro e 8 de janeiro. Os primeiros casos da variante Ômicron foram identificados justamente em amostras colhidas entre os dias 19 e 22 de dezembro. Portanto, essa nova onda de casos se atribui à introdução e disseminação da nova variante”, afirma Spadaro.

“A transmissão vem aumentando de forma expressiva. Porém, em locais com coberturas vacinais avançadas, esse aumento de transmissão não vem se traduzindo proporcionalmente em aumento de hospitalizações e de óbitos”, acrescenta o secretário.

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Diferentemente do padrão comum no auge da pandemia, no primeiro semestre de 2021, desta vez as internações e óbitos não acompanharam o aumento de casos. Desde o início da pandemia, 323 pessoas faleceram em decorrência do coronavírus na cidade. Mas as últimas duas mortes ocorreram no último sábado (8) e em 19 de novembro, em um intervalo de mais de 50 dias. 

Além disso, quatro novas internações foram registradas nos últimos dois meses – duas delas em leitos de enfermaria; na última semana, um caso evoluiu para óbito e o outro paciente teve alta hospitalar. “Dois internados em enfermaria é um número bem significativo da resposta da cobertura vacinal”, comenta o secretário da Saúde.

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A queda no número de óbitos e a baixa quantidade de pessoas internadas nos últimos quatro meses são diretamente atribuídas à imunização de quase toda a população botucatuense, segundo o médico sanitarista, fundador e ex-diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Gonzalo Vecina Neto.

Vecina Neto relembra casos como o de Serrana, que recebeu imunização em massa com CoronaVac, e reforça a importância de se imunizar contra a Covid-19. “Como sabemos, a vacinação protege contra casos graves e mortes. Por isso é fundamental tomar as duas doses e, passados quatro meses, tomar a de reforço. Talvez tenhamos que ter uma quarta dose no futuro, mas vamos ver mais à frente. É muito importante usar a vacina e o exemplo de Botucatu, que é um exemplo que já vimos em Serrana e no mundo inteiro”, diz o médico.

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Estudo da Oxford aplicou vacinas em massa no município

Estudo da Oxford em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) imunizou 66 mil habitantes de Botucatu em 16 de maio e outros 5.000 uma semana depois, no dia 22. A segunda dose para esses públicos ocorreu em agosto.

O restante da população recebeu as aplicações gradativamente, de acordo com o PEI (Programa Estadual de Imunização). Neste momento, a cidade tem mais de 90% de sua população total com a imunização completa, e quase 66% já receberam a dose de reforço.

O objetivo da pesquisa é descobrir a efetividade da vacina da Oxford após a primeira dose, após a segunda, sobre cada cepa circulante, o impacto da imunização em massa na transmissibilidade e o chamado efeito rebanho.

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