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Companheira, estilosa e sonhadora: como era a vida da jovem Rayane

Segundo a família, a adolescente era vaidosa, engraçada e carinhosa com os pais. "Ela fazia caras e bocas e arrancava risos de todo mundo", diz a tia

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Rayane tinha planos para o 1º salário: comprar uma mochila e fazer uma tatuagem
Rayane tinha planos para o 1º salário: comprar uma mochila e fazer uma tatuagem

O nome Rayane, segundo a família, significa “raio de sol” ou “aquela que veio para brilhar.” “No fim das contas, foi isso que você foi luz na minha vida e na vida de todos”, disse Jacqueline Paulino Gonçalves, 21 anos, prima da garota, encontrada morta com um cadarço no pescoço na região de Guararema, em São Paulo, no domingo (28). A tia de Rayane Paulino Alves, de 16 anos, a funcionária pública Lucia Helena Paulino Gonçalves, de 52 anos, deixa escapar risos pontuais enquanto descreve a garota. “Ela era muito engraçada, fazia caras e bocas e arrancava risos de todo mundo.”

Suspeito de matar Rayane pode pegar até 60 anos de prisão

Estuprada e assassinada ao voltar de uma festa em um sítio em Mogi das Cruzes, Rayane tentou ligar para a polícia, mas não chegou a entrar em contato com os pais no momento em que voltava do evento. “Talvez ela não quisesse que a vissem vulnerável e achou que deveria protege-los”, diz a tia. “Até pela inocência da idade, ela não percebeu que estava correndo riscos.”

“Rayane significa raio de sol e foi isso que você foi”

(Jacqueline Paulino Gonçalves, prima)

Rayane queria ser médica ou advogada. Segundo Jacqueline, a garota ainda guardava muitas dúvidas, típicas de uma da adolescente de 16 anos, cuja uma das diversões era deitar na cama e conversar sobre o futuro até pegar no sono. A jovem estudava e trabalhava. A tia Lúcia lembra com carinho da sobrinha organizada. “Ela tinha um caderninho com anotações de tudo que iria fazer com o primeiro salário.”


Caneta achada ao lado do corpo de Rayane levou polícia até o suspeito

Mesmo sem ter recebido a primeira remuneração, Rayane deixou por escrito suas próximas metas que iam desde comprar uma mochila e uma calça jeans até fazer uma tatuagem, se a mãe permitisse. Quando não estava na escola e no estágio, a garota gostava de assistir filme, comer pipoca e ficar embaixo de um cobertor.


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A fama de Rayane era de quem gostava de comer e dormir nas horas livres. “A gente tinha aquela sintonia inexplicável, mesmo que fosse para ficar dormindo na cama ou dar aquela risada de perder o fôlego”, afirmou uma prima. A adolescente também é lembrada pelo sorriso largo, o mesmo em que aparece em uma das últimas imagens que publicou em suas redes sociais.

Lúcia lembra que a sobrinha chegou a mandar um “oi” pelo whatsapp para a prima durante a festa. Mas como ela havia dormido, não chegou a responder. Desde o desaparecimento da menina, a diretora de uma das escolas em que Rayane estudou entra em contato diariamente com a família. “Eu não durmo, imagina vocês”, disse em uma das mensagens trocadas com a tia.


Rayane era filha de pais “superprotetores” e gostava de aproveitar momentos ao lado da família. A garota era a companhia predileta do pai Márcio para assistir aos jogos do Corinthians. Ela também tinha o hábito de torcer pelo pai quando ele ia às quadras jogar basquete. “Não vou saber lidar com essa ausência”, diz ele. Com a mãe, gostava de ter longas conversas e passear pelo shopping. “Um dia, eles estavam no Terminal Central de Mogi e encontraram um cachorro perdido. Ela o levou para casa e decidiu ficar com ele”, lembra a tia.

"Não podemos deixar essa dor calar%2C não podemos ver essa morte apenas como mais uma"

(Lucia Helena Paulino Gonçalves, tia)

Além de carinhosa com a família, Rayane era também uma menina vaidosa. “Tinha estilo para se vestir, sempre estava muito elegante”, diz Lúcia. Mas além disso, Rayane era, segundo a tia, dona de uma personalidade forte. “A própria postura dela diz isso. Ela estava entrando no mercado de trabalho e corria atrás de seus sonhos.”

Mobilizada desde os primeiros momentos, a família de Rayane decidiu organizar um ato em homenagem à jovem. “Não podemos deixar essa dor calar, não podemos ver essa morte apenas como mais uma. Queremos mostrar quanta dor tem por trás de tudo isso”, afirma a tia.

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