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Conselho de Ética dá aval à cassação do deputado Arthur do Val

Órgão da Alesp se manifestou sobre relatório que pede cassação em razão de áudios sexistas. Decisão precisa passar pelo plenário

São Paulo|Do R7


O deputado Arthur do Val no Conselho de Ética da Alesp
O deputado Arthur do Val no Conselho de Ética da Alesp

O Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) aprovou por unanimidade nesta terça-feira (12) o relatório que pede a cassação do deputado Arthur do Val (União Brasil) em razão de áudios sexistas sobre mulheres ucranianas. O deputado, conhecido como "Mamãe Falei" afirmou nas gravações, entre outras coisas, que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres".

O relatório sobre o caso, feito pelo deputado estadual Delegado Olim (PP-SP) após 21 representações enviadas por deputados, foi lido em sessão iniciada pouco após as 14h. Olim avaliou que houve quebra de decoro e que a divulgação dos áudios maculou a imagem da Assembleia Legislativa, cabendo, portanto, a perda do cargo. "Este processo conta com diversos núcleos de imputações à pessoa do deputado estadual Arthur Moledo do Val", afirmou.

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Em seguida, o relatório foi aprovado por unânimidade no Conselho. Votaram a favor os nove membros do colegiado: Enio Tatto (PT), Adalberto Freitas (PSDB), Barros Munhoz (PSDB), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim (PP), Erica Malunguinho (Psol), Campos Machado (Avante) e Marina Helou (Rede). Também votaram a favor o corregedor Estevam Galvão (União Brasil) e a presidente do órgão, Maria Lúcia Amary (PSDB).

Os deputados criticaram a postura de Arthur do Val. "Lamentavelmente o deputado Arthur do Val se embriagou com o poder", afirmou Barros Munhoz, um dos membros do Conselho, que disse ainda ter recebido ameaças de apoiadores do político do MBL (Movimento Brasil Livre). "Você deixou de representar não só as mulheres de São Paulo, mas também todas as mulheres do nosso país", afirmou o deputado Wellington Moura (Republicanos).

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O deputado Arthur do Val ainda não perdeu o mandato. A decisão do Conselho de Ética segue agora para a Mesa Diretora da Casa, que precisará aprovar a resolução. Em seguida, o caso segue para o plenário da Alesp, onde será necessário o voto da maioria dos deputados para que o parlamentar perca o cargo. A Assembleia Legislativa de São Paulo conta com 94 deputados.

Defesa e protestos

A sessão ocorreu sob protestos de apoiadores de Arthur do Val, que se manifestaram contra a cassação do mandato. Arthur do Val foi o último deputado a falar na sessão, antes da votação, e se defendeu das acusações. Afirmou que errou ao gravar áudios sexistas, mas disse entender que cassação de mandato é uma punição exagerada para o fato. 

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"Todo mundo sabe que esse processo de cassação não é pelo que eu disse, mas por quem disse", afirmou. "A verdade é que todos aqui me odeiam", disse. Ele citou o fato de não usar verba de gabinete e combater despesas de outras parlamentares e da Mesa Diretora da Assembleia. "Esse é um processo de cassação pelas minhas virtudes", afirmou. "Isso aqui, claramente não é um processo sobre machismo", disse, apontando condutas diferentes de parlamentares em relação ao processo do deputado Fernando Cury, suspenso por assediar a deputado Isa Penna (Psol) no plenário da Alesp. 

Ex-namorada

A ex-namorada de Arthur do Val Giulia Passos Blagitz prestou depoimento na última semana ao Conselho de Ética, convidada como testemunha de defesa do deputado.

Questionada, entre outros assuntos, sobre o que achou dos áudios sexistas que motivaram a abertura do processo de cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro, Blagitz disse que os condena e descreveu a atitude do ex-companheiro como “falta de respeito”.

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