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Conversa no WhatsApp faz polícia achar suspeitos de matar PM Juliane

Polícia teve acesso a conversas de supostos criminosos de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, em grupo que seria composto por traficantes no aplicativo

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Identificação de PM mandada no grupo de traficantes
Identificação de PM mandada no grupo de traficantes

A denúncia que identificou cinco supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e aponta todos como responsáveis pela morte da PM Juliane dos Santos Duarte, em agosto deste ano, foi feita com base em conversas no WhatsApp. A polícia teve acesso ao conteúdo por meio de uma autorização judicial de quebra de sigilo telefônico.

Dos denunciados, um foi preso, três estão foragidos e o quarto foi morto depois de um assalto milionário ao Banco do Brasil em Bacabal, cidade maranhanse a cerca de 250 km da capital São Luís.

A Polícia Civil teve acesso a todas as mensagens do suspeito identificado como "Sem Fronteira", que foi preso no dia 7 de agosto — um dia depois do corpo da policial ter sido encontrado no porta-malas de um carro na região da Ponte do Socorro, zona sul de São Paulo.

Sem Fronteira tinha o cargo de "sintonia do PCC" na favela do Paraisópolis (zona sul), onde a PM foi sequestrada depois de uma confusão no bar. A função do suspeito era de chefia da facção na região, por isso, tudo que acontecia deveria passar por ele. A participação dele no grupo de traficantes do bairro também ajudou a PM na identificação dos outros envolvidos.


De acordo com as investigações, os supostos traficantes envolvidos na morte da PM trocavam mensagens de voz. Em um dos áudios, Sem Fronteira diz que muitas pessoas estão ligando para ele para saber sobre o que fazer com a policial.

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Entre as pessoas que estariam querendo saber o que fazer, estavam os denunciados Pururuca, Tufão e Tom, além de um chamado de Zona Sul — que ainda não foi identificado pela polícia. “Tem que sumir quanto mais rápido possível”, disse Sem Fronteira possivelmente sobre o corpo da PM.

O apontando como chefe do PCC em Paraisópolis disse para seus supostos subordinados que precisava sumir com o corpo de Juliane porque “já está confirmado que é militar mesmo”.


O primeiro suspeito indetificado foi o Tom. Segundo a polícia, ele já tinha sido investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) por causa de outro homicídio cometido com o Sem Fronteira.

Outro áudio que a polícia teve acesso mostra um suspeito atualizando os demais suspeitos da região do Paraisópolis sobre a situação. Ele afirma que estava com Boy, Pururuca e Zona Sul. A polícia ainda não sabe quem é o responsável por ter mandado essa mensagem.

“Os irmãos estão dando apoio aqui para nós. Estamos desenrolando para tirar essa ‘merda’ daí de dentro, igual mandaram aí, falou?! ‘Tamo junto’ meus trutas, qualquer novidade dá um alô, por favor”, disse a mensagem enviada às 10h38 do dia 2 de agosto — poucas horas depois da policial ser raptada do bar.

A mesma pessoa também informou os demais do grupo que o Cepol (Centro de Comunicações e Operações da Polícia Civil) já estava à procura da policial. Pouco depois, outro suposto envolvido no crime, identificado como Batata, mandou a foto de uma testemunha protegida nas investigações dizendo que “essa mina é ex do Tufão”, e seguiu dizendo que o Tufão havia dado “um cacete nela”.

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No início das investigações, a testemunha disse que não conhecia Tufão. No entanto, depois que a polícia apresentou as fotos dele, ela confirmou que era seu ex, mas disse que o conhecia como Luizinho. Ela afirmou ainda que ele trabalha para o tráfico em Paraisópolis. Por fim, ela ajudou a polícia a identificar a voz de Tufão nos áudios enviados no grupo.

A testemunha protegida ainda auxiliou a Polícia Civil a identificar o suspeito conhecido como Boy. Ela indicou o Facebook do rapaz e a polícia encontrou comentários sobre o rapaz o chamando pelo mesmo apelido que ele era chamado nos áudios dos suspeitos.

O outro denunciado, identificado como Peruruca, deixou vários vestígios. Em um, mandou uma mensagem de áudio no grupo dos supostos traficantes dizendo que teria que fazer igual ele fez com um “taradinho” em um “tribunal do crime” promovido pelo PCC: "arrancar a orelha e mandar comer".

Em outra mensagem dele, desta vez no privado para o Sem Fronteira, ele se identifica como PR. A polícia encontrou fotos nas redes sociais que mostram uma tatuagem no braço esquerdo do suspeito com as letras PR, que seria, de acordo com as investigações, a abreviação de Pururuca.

Uma segunda testemunha protegida, vendo as fotos de Pururuca apresentadas pela polícia, disse que reconhece o denunciado como sendo o responsável por chegar com arma em punho no bar, para supostamente colocar ordem no local.

Você tem alguma denúncia? Envie um e-mail para denuncia@r7.com

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