Denarc deverá passar por mudanças após operação que prendeu policiais, diz secretário
Modificações serão anunciadas dentro de dez dias, segundo Secretaria da Segurança Pública
São Paulo|Do R7

Após uma operação da Corregedoria e da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo ter descoberto um esquema de tráfico de drogas envolvendo policiais civis do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) e de delegacias de Campinas, o secretário da Segurança Pública, Fernando Vieira Grella, anunciou que o departamento passará por mudanças. O comunicado foi feito na tarde desta terça-feira (16), após reunião com o governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes.
Grella não falou por quais alterações o Denarc deverá passar. Ele apenas acrescentou que as mudanças concretas serão anunciadas em dez dias. A Secretaria da Segurança Pública informou que algumas modificações no departamento já estavam sendo pensadas antes das prisões dos policiais, mas que foram aceleradas agora.
Também nesta terça-feira, foram divulgadas as fotos e os nomes dos suspeitos de envolvimento no esquema de tráfico que continuam foragidos. Na segunda-feira (15), sete policiais civis foram presos durante a operação. Durante coletiva, o Ministério Público informou que eles recebiam até R$ 300 mil de propina de traficantes por ano. Dos presos, dois são delegados.
Detidos
Um dos delegados detidos é o supervisor da unidade de investigações do Denarc, Clemente Castilhone Junior. Segundo seu advogado, João Batista Augusto Filho, não foi informado o motivo da prisão.
Os policiais investigados são suspeitos de roubo, corrupção e extorsão mediante sequestro. De acordo com o promotor Amauri Silveira Filho, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) de Campinas, durante diferentes momentos da investigação houve vazamento de informações.
Investigação
A investigação foi instaurada pelo MP em outubro de 2012 e tinha, inicialmente, como objeto a atuação de traficantes, ligados a uma organização criminosa, que atuam na região de Campinas, segundo o promotor Amauri Silveira Filho.
De acordo com o promotor, ao longo dos últimos meses, os esforços foram direcionados em duas frentes distintas: a investigação em relação à organização criminosa e a identificação dos desvios praticados por policiais e quem seriam eles.