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Dois jovens são mortos a tiros em comunidade da zona leste de SP

Segundo familiares, Juan Ramos, de 16 anos, foi baleado dentro de casa e Gabriel Dantas, de 18 anos, morreu horas depois com 3 disparos nas costas

São Paulo|Mariana Rosetti e Isabelle Gandolphi, da Agência Record

Mãe de jovem mostra as balas que ficaram na casa após a morte do filho
Mãe de jovem mostra as balas que ficaram na casa após a morte do filho

Dois jovens foram mortos a tiros na comunidade da Ilha, no bairro Jardim Elba, na zona leste de São Paulo, na madrugada desta quinta-feira (21). Familiares das vítimas suspeitam que policiais civis à paisana efetuaram os disparos.

Segundo familiares e moradores da comunidade, Juan Ramos, de 16 anos, foi morto dentro de casa enquanto jantava com os irmãos. Já Gabriel Dantas, de 18 anos, foi assassinado horas depois com três tiros nas costas enquanto conversava com vizinhos.

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Juan Ramos

De acordo com o irmão de Juan, de apenas 12 anos, o jovem sentou-se a mesa para comer, quando foi surpreendido com a entrada de um homem armado dentro de sua casa. O suspeito perguntou quem estava na residência, e Juan respondeu que três dos seus irmãos. Em seguida, o agressor atirou contra o jovem.


O adolescente contou que, ao se aproximar do corpo de Juan na cozinha, levou um tapa na cara do homem armado, que ordenou que ele e os irmãos saíssem da casa. O crime aconteceu na presença das crianças.

De acordo com Alessandra Ramos, mãe de Juan, após o ocorrido, policiais entraram e saíram de forma frenética da residência e a impediram de entrar no local. Nenhum deles acionou o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).


Os vizinhos contaram que uma caminhonete modelo Chevrolet Montana, de cor branca, passou pela avenida Marginal do Oratório, momento em que dois homens desceram do veículo, entraram na casa de Juan e atiraram no jovem.

A mãe de Juan acredita que um policial executou o seu filho. Mas a Polícia Militar afirmou não ter recebido nenhum chamado sobre o jovem baleado naquela noite.


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Gabriel Dantas

Segundo moradores, o jovem estava reunido com vizinhos, quando dois homens encapuzados se aproximaram e atiraram três vezes contra ele e fugiram em um carro, modelo Chevrolet Meriva, onde estava um terceiro suspeito. Os tiros atingiram as costas de Gabriel, que morreu no local.

Após a ação, ainda segundo os vizinhos, quando equipes da polícia chegaram, mandaram limpar as manchas de sangue do jovem, que tinham respingado num carro próximo. O local não foi preservado para perícia.

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Segundo o COPOM (Centro de Operações da Polícia Militar), a PM foi acionada por volta de meia-noite de quinta-feira (21) para uma ocorrência de agressão na avenida Marginal do Oratório. Uma viatura da PM foi ao local e, segundo a corporação, a vítima teria dispensado apoio médico.

Manifestação

Uma manifestação em homenagem ao Gabriel foi organizada por moradores e familiares. Ela aconteceu na noite desta quinta-feira (21). Segundo os moradores, durante a ação, a Polícia Militar usou bombas de efeito moral e spray de pimenta para dispersas os manifestantes.

De acordo com um líder comunitário, durante o protesto, objetos foram queimados. Segundo o Copom, equipes foram deslocadas para o endereço por causa da manifestação. 

O corpo de Gabriel foi sepultado no Cemitério da Vila Alpina na manhã desta sexta-feira (22). Já o corpo de Juan estava no IML (Instituto Médico Legal).

A Secretaria de Segurança Pública informou, por telefone, que está apurando as informações sobre o caso em que familiares e membros de uma comunidade da zona leste de São Paulo denunciam a execução de dois jovens nesta quinta-feira (21).

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