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"Ele cuspiu e falou que eu era macaco", diz motoboy de Valinhos

O entregador Matheus Pires, de 19 anos, diz ter se sentido humilhado. Protestos marcaram o fim de semana na cidade do interior de São Paulo

São Paulo|Do R7

O jovem que trabalha como motoboy, Matheus Pires, de 19 anos, afirma que se sentiu humilhado após ter sido xingado por um morador branco de um condomínio de luxo localizado na cidade de Valinhos, no interior de São Paulo. "Me senti humilhado, ele humilhou meu trabalho, cuspiu antes de começar a filmar e disse que eu era macaco", disse o entregador.

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Um vídeo divulgado nas redes sociais na sexta-feira (7) mostra o motoboy vítima de ofensas racistas e humilhação ao realizar uma entrega. O vídeo se inicia com um homem branco xingando o entregador: "seu lixo. Isso aí mesmo, pode meter racismo, que também estou em cima de você", disse. "Você é semianalfabeto, você não tem onde morar. Você tem inveja disso aqui", afirmou apontando para a pele.

Morador de condomínio de luxo ofende entregador em Valinhos
Morador de condomínio de luxo ofende entregador em Valinhos

"Foi uma baque porque você não imagina que uma pessoa vai tomar uma atitude de te ofender. Foi um sentimento de humilhação, ele estava me humilhando e humilhando meu trabalho. Ele tomou muitas outras atitudes, ele cuspiu antes de começar a gravar e jogou a notinha do restaurante. Disse que eu era macaco."


Diversos protestos ocorreram na cidade de Valinhos. Buzinaços de carro, barulhos de motos, cartazes e palavras de ordem foram algumas das formas de manifestações contra o ato de discriminação racial.

"Me senti humilhado", diz o entregador de alimentos
"Me senti humilhado", diz o entregador de alimentos

A cena gravada por um vizinho de condomínio ocorreu enquanto as viaturas da polícia chegavam ao local. O entregador registrou boletim de ocorrências pela ofensa e pelo racismo. De acordo com informações da Record TV, a família do homem de camisa azul disse que ele sofria de esquizofrenia.


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Entregadores que já atenderam a residência afirmaram que o tratamento grosseiro do agressor era comum durante as entregas. O delegado responsável Luis Henrique Apocalipse registrou o caso como injúria racial. "O racismo atinge a dignidade da pessoa", afirmou o delegado.

A mãe de Matheus afirmou estar indignada. "A pior coisa é ver que existe uma pessoa assim no mundo", afirmou.

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