Estudantes desocupam prédio da Presidência da República em SP
Protesto durou cerca de 3h30 e terminou de maneira pacífica
São Paulo|Marcos Rosendo, da Agência Record

Terminou por volta das 21hs desta quinta-feira (26) a ocupação de estudantes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) ao escritório da Presidência da República em São Paulo, localizado na avenida Paulista, número 2163, região central de São Paulo. O protesto durou cerca de 3h30.
De acordo com o Centro de Operações da Polícia Militar, os cerca de 50 estudantes que estavam acampados em uma sala no terceiro andar do prédio desde às 17h30, deixaram o edifício de forma pacífica.
Não houve confronto com a polícia ou com os seguranças do prédio durante a ocupação.
O protesto aconteceu, porque os manifestantes alegam que apenas 48% da verba prevista para a Unifesp em 2017 foi entregue e os cortes em assistência comprometem a permanência de um grande parcela de estudantes na universidade
O MEC (Ministério da Educação) nega os números apresentados pelos estudantes e afirma que já foi liberado, no começo do mês de outubro, 85% da verba de custeio. A pasta acrescenta ainda que no começo do mês foi liberado 100% do repasse para assistência estudantil, cabendo às universidades o empenho desta verba.
Leia a nota divulgada pelos estudantes:
Vivemos uma grave crise das universidades públicas que se expressa de diversas maneiras. Os cortes, que já ocorrem há alguns anos, têm afetado de forma truculenta o funcionamento das instituições de ensino, que com muita dificuldade tentam fechar o ano letivo. Esforça-se para reduzir gastos com energia e água, há a redução de materiais como papel e tinta para impressões, redução de transporte para extensão e encontros e redução de bolsas de permanência.
Uma política consistente de permanência estudantil é fundamental para que os estudantes pobres, negros e negras, filhos da classe trabalhadora tenham minimamente condições para finalizar seu curso. Os cortes nos auxílios e nos restaurantes universitários prejudicam diretamente os estudantes com maior vulnerabilidade. Os ataques sucessivos a educação representa um imenso retrocesso na luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade.
Em abril a educação recebeu um corte de 4 bilhões. E a Universidade Federal de São Paulo recebeu até então apenas 48% da sua verba prevista. Para 2018 está previsto ou mais cortes, sobretudo nas bolsas ou a impossibilidade de funcionamento da instituição. Este é um problema recorrente no país inteiro, de universidades com déficit de orçamento de até 100 milhões. Com paralisação de obras, falta de materiais, cortes em moradia estudantil, demissão dos trabalhadores terceirizados, sobrecarga dos técnicos-administrativos, falta de professores etc.
Repudiamos o descaso com a educação. Repudiamos o caráter elitista da universidade e como funciona hoje.
Sabemos que a educação não é um caso isolado, e está dentro de um projeto político pensado que é colocado em prática com maior intensidade pelo governo ilegítimo de Michel Temer e sua corja. Faz parte de uma política privatizatizante e de precarização da vida dos trabalhadores aplicando assim medidas como reforma trabalhista, a reforma da previdência, terceirização e etc.