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A pequena MC Soffia tem apenas 11 anos, mas já resolveu encarar problemas de gente grande. As letras de suas músicas falam sobre distorções sociais graves, como preconceito, racismo e machismo. Com brilho no olhar de quem está começando a descobrir o mundo, a menina fala sobre o orgulho de ser quem ela é e incentiva outras garotas a se amarem também.
Em entrevista ao R7, Soffia diz que conhece muitas meninas negras que alisam o cabelo para não sofrerem com racismo de outras crianças.
— Tenho amigas que não conseguem aceitar seu cabelo. Já passei por isso. Consigo entenderEduardo Enomoto/R7
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Porém, a pequena cantora diz que, agora, tem respostas prontas para os preconceituosos. Se alguém fala mal do cabelo dela, por exemplo, ela responde: “Meu cabelo não é duro, meu cabelo é cacheado. Duro é o seu preconceito”.
— Acho que [os preconceituosos] deveriam parar com isso. São pessoas que estão sofrendo. Temos o mesmo sangue, a gente chora, a gente fica feliz...Eduardo Enomoto/R7
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A garotinha, que adora fazer pesquisas para entender diversos assuntos, diz que procurou saber mais sobre os tempos de escravidão. Ela comenta que é muito triste ver o que “eles passaram”, mas, logo em seguida, se corrige e diz: “Na verdade, o que nós passamos”.
— Senti muito dó de nós. Quase chorei. Acho importante a escola falar o que é racismo. Porque as escolas não falamEduardo Enomoto/R7
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A menina ainda não sabe, mas é um exemplo muito importante para as outras crianças. Ela conta que, em um show que fez, algumas meninas estavam com os cabelos presos, mas depois que ela começou a cantar, elas soltaram os cabelos e começaram a balançar.
— Tenho um sonho de ter um show lotado de meninas negrasEduardo Enomoto/R7
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Quando o assunto é influências musicais, MC Soffia diz que é muito fã de Beyoncé, Rihanna, Nicki Minaj e Jennifer Lopez. Ela diz que começou a fazer aulas de inglês para entender o que elas cantam em suas músicas e, quem sabe, um dia fazer um show ao lado delas. No Brasil, suas referências são Karol Conká, Flora Matos e Divas do Hip Hop
Eduardo Enomoto/R7
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A convivência com exemplos de mulheres fortes dentro da família também faz com que a menina tenha referências sobre sua atuação na música e na sociedade. A mãe, Kamilah Pimentel, é militante do movimento negro e ajuda a filha nas composições
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A avó, Lúcia Makena, faz bonecas de pano negras para criar uma referência para crianças que não se identificam com bonecas vendidas no mercado. A própria neta é muito apegada às bonecas com cabelos cacheados e pele negra.
MC Soffia diz que também pesquisa sobre exemplos de feminismo como Frida Kahlo e Carolina de Jesus. A menina afirma que quer saber como elas conseguiram “dar uma melhoradinha” na sociedadeEduardo Enomoto/R7
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Ela também já faz “sua parte” em suas músicas e dentro da escola. Soffia diz que joga futebol com os meninos e que não existe isso de “coisa para menino e coisa para menina”.
— Sou muito boa [no futebol]! De vez em quando, as meninas ganham dos meninos. Aí, eles querem passar para o nosso timeEduardo Enomoto/R7
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Quando crescer, MC Soffia diz que quer ser médica para cuidar dos índios. Segundo ela, eles precisam de cuidados maiores, pois não reagem à medicação como os brancos reagem.
— Eles cuidavam das doenças com plantas. Agora não dá por causa do desmatamentoEduardo Enomoto/R7
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Além disso, ela diz que quer estudar medicina para ajudar em causas humanitárias, em geral. Ela afirma que quer ajudar os negros de outros países também, que não têm atendimento médico adequado
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