São Paulo Frio e pessoas em situação de rua preocupam São Paulo

Frio e pessoas em situação de rua preocupam São Paulo

Estação do metrô Pedro II, no centro, acolheu 507 pessoas. Foram registradas mortes de duas pessoas, possivelmente por hipotermia

  • São Paulo | Agência Brasil

Duas pessoas em situação de rua morreram durante o fim de semana

Duas pessoas em situação de rua morreram durante o fim de semana

José Cruz/ Agência Brasil

Nas noites frias entre a quinta-feira (18) e esta quarta-feira (24), a estação do Metrô Pedro II, de São Paulo, acolheu 507 pessoas que vivem em situação de rua. O balanço foi divulgado nesta quarta pelo governo paulista. Entre os acolhidos, cinco eram crianças.

Desde a quinta-feira, a estação Pedro II, linha 3-Vermelha, vinha funcionando como um abrigo temporário à noite para atender a população em situação de rua. Segundo o governo, a estação é transformada em abrigo sempre que a Defesa Civil emite estado de alerta para temperaturas abaixo de 10º Celsius, o que foi anotado durante o fim de semana.

O local tem capacidade para atender apenas 100 pessoas por noite, mas o governo de São Paulo informou que ele pode ser ampliado chegando a 400 pessoas, se necessário. Esse atendimento funciona das 19h às 8h.

Essa foi a terceira vez que a estação se transformou em um abrigo somente este ano. Em maio, 179 pessoas já haviam sido acolhidas por causa do frio. No início de junho, outras 125 pessoas.

Embora importante, essa ação vem se mostrando insuficiente. Só no último fim de semana foram registradas as mortes de dois moradores em situação de rua, possivelmente por hipotermia. As causas da morte estão sendo apuradas.

Uma dessas mortes ocorreu na madrugada de sábado (20), quando a capital chegou a registrar sensação térmica em torno de 3ºC. No domingo (21), outro pessoa em situação de rua durante a onda de frio na capital.

Vagas

A prefeitura de São Paulo vem informando que o número de vagas em abrigos da capital vem crescendo nos últimos anos. Mesmo assim, esse número não consegue suprir a necessidade de acolhimento para toda a população que vive em situação de rua em São Paulo, que cresceu 31% em dois anos, passando de 24.344 pessoas vivendo nas ruas em 2019 para 31.884 ao final de 2021.

Se há quase 32 mil pessoas morando nas ruas da capital, a rede socioassistencial municipal de São Paulo conta com apenas 18 mil vagas. Outras 2.044 vagas adicionais foram criadas durante a vigência da Operação Baixas Temperaturas, que entra em operação quando a cidade registra frio intenso.

A Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) informou que, durante a Operação Baixas Temperaturas, que funcionará até 30 de setembro, são também montadas dez tendas para atendimento dessa população quando a temperatura fica abaixo dos 10º Celsius. E que, além dos chamados pelo telefone 156, equipes fazem busca ativa durante as noites por pessoas em situação de rua.

Procurada pela reportagem, a secretaria informou que a cidade de São Paulo conta com “a maior rede pública socioassistencial da América Latina destinada a atender a população em situação de rua” e que “as iniciativas realizadas de 2021 até o momento já produziram a ampliação de 3.609 novas vagas nos serviços de acolhimento”.

A secretaria informou, ainda, que “tem buscado parcerias que possam resultar em um rápido aumento da capacidade de atendimento na rede”.

Últimas