Greve dos servidores de SP chega a 62% da categoria, diz Sindsep
Nesta quarta-feira (6), grevistas fazem piquete para que servidores municipais rejeitem a proposta de reestruturação apresentada pelo governo
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7
O Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo) afirmou que 62% dos funcionários aderiram à greve no primeiro dia de paralisação: mais 7 mil pessoas. Dos 35 mil servidores municipais da categoria, quase 12 mil estão em atividade em setores administrativos como hospitais, escolas, subprefeituras e autarquias. Os outros 23 mil são inativos.
Os agentes de apoio, os assistentes de gestão de políticas públicas e os assistentes de suporte técnico da cidade de São Paulo entraram em greve nesta terça-feira (5) por uma reestruturação da carreira. A prefeitura informou que o direito à greve é legítimo, no entanto não citou um plano alternativo em caso de prejuízo ao atendimento público.
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Nesta quarta-feira (6), o comando de greve faz piquetes pela manhã em unidades da cidade de São Paulo para sensibilizar os servidores municipais para que rejeitem a proposta de reestruturação apresentada pelo governo, prevista para ser encaminhada à Câmara Municipal nos próximos dias. A categoria alega que desde 2013 não tem reajuste salarial e que desde 2003 não tem um plano renovado de cargos.
Segundo o Sindsep, as atividades foram prejudicadas na Procuradoria Geral do Município, secretarias da Fazenda, do Meio Ambiente, nas subprefeituras da Sé, Guaianases, Itaquera, Itaim Paulista, Ermelino Matarazzo, Campo Limpo, Parelheiros e Santo Amaro. Servidores municipais paralisaram as atividades também em hospitais como o Waldomiro de Paula (Itaquera), do Campo Limpo, Alípio Corrêa Neto (Ermelino Matarazzo), Tide Setúbal (São Miguel) e Ignacio Proença de Gouveia (João XXIII; Mooca).
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Reestruturação da carreira
O Sindsep informou que é urgente a reestruturação da carreira dos servidores de nível básico e médio e apresentou no dia 15 de outubro, em assembleia, a contraproposta feita pelas entidades sindicais. Segundo o Sindsep, a proposta foi construída para garantir ganhos a todos os setores e corrigir distorções ao longo da vida profissional.
A contraproposta não foi aceita pela prefeitura e os agentes decidiram pela paralisação a partir do dia 5. O Sindsep defende a manutenção da proporção de 82% existente hoje entre os salários dos níveis básico e médio, também a retomada da proporção de 50% existente entre os salários dos níveis médio e nível universitário (50%), além de abonos.
Uma nova assembleia dos agentes de nível básico e médio está prevista para quinta-feira (7) às 14h em frente a sede da prefeitura para decidir os rumos da paralisação.
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Outro lado
Em nota, a Secretaria de Gestão afirmou que reconhece a urgente necessidade da valorização salarial base do funcionalismo público representada pelas carreiras de nível básico e médio, e por isso encaminhou em 12 de junho um projeto aprovado na Câmara Municipal que concede um abono emergencial para os servidores da ativa: de R$200 para o nível básico e R$300 para o nível médio, retroativos a maio. Na ocasião, a prefeitura se comprometeu a encaminhar um Projeto de Lei de reestruturação das carreiras neste ano.
A prefeitura informou ainda, em nota, que "ao longo de mais de 10 reuniões de negociações, trabalhou em uma proposta equilibrada e realista, levando em consideração as limitações financeiras". Mas a secretaria ressaltou que "a contraproposta analisada tinha valor muito superior ao que foi apresentado inicialmente, o que está além das possibilidades orçamentárias". A prefeitura destacou ainda que foram liberados R$100 milhões já incluídos na Lei Orçamentária Anual de 2020 para a reestruturação dos quadros.