Interior de São Paulo se rebela e mantém atividades abertas
Barretos integra grupo com 25 municípios que decidiu por conta própria reativar o comércio, mesmo com as restrições impostas pelo governo
São Paulo|Do R7
A maioria dos municípios do interior paulista que foram rebaixados para faixas mais rígidas do Plano São Paulo de reabertura das atividades econômicas do governo estadual manteve comércio e serviços abertos na segunda-feira (15). As cidades das regiões de Barretos e Presidente Prudente caíram duas posições, saindo da faixa amarela (3) para a vermelha (1), a de maior restrição por causa do avanço do coronavírus. Já a região de Ribeirão Preto regrediu da faixa laranja (2) para a vermelha. As medidas estaduais passaram a valer nesta segunda-feira, mas em muitas cidades não foram cumpridas.
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Em Barretos, o comércio permaneceu parcialmente funcionando. A prefeitura informou que está seguindo a decisão coletiva dos 25 municípios integrantes do Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Rio Grande de manter o funcionamento do comércio, mesmo com restrições. Segundo o consórcio, algumas cidades estão buscando na Justiça respaldo para "fazer cumprir a realidade local".
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O prefeito de Presidente Prudente, Nelson Bugalho (PSDB), decidiu viajar para São Paulo com outros prefeitos da região para conversar com o secretário do Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, e pedir a revisão de faixa - a cidade saiu da faixa amarela (3) e foi colocada na vermelha (1), a mais restritiva. "Não se discute que não era possível trocar de faixa, mas o prefeito considera extremamente rigorosa a decisão", informou a assessoria.
A cidade de Bauru passou da fase 3 (amarela) para a 2 (laranja), mas um decreto da prefeitura manteve o funcionamento de bares e restaurantes. Os salões de beleza, estética e estúdios de tatuagem também foram autorizados a abrir quatro horas diárias, exceto nos fins de semana, contrariando o plano estadual. Em nota, a prefeitura informou que há necessidade de garantir que os investimentos realizados no setor de bares, restaurantes e lanchonetes, no curto espaço em que tiveram autorização para funcionamento, sejam compensados.
Em Ribeirão Preto, a prefeitura reforçou a fiscalização para dar cumprimento às regras da faixa vermelha. Nesta segunda, o departamento de fiscalização recebeu 23 denúncias de estabelecimentos que descumpriram o decreto. Já a prefeitura de São José do Rio Preto e a Procuradoria-Geral do Estado entraram com recurso contra liminar dada pela Justiça local autorizando o funcionamento de barbearias e salões de beleza no município. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Não houve retorno até 19h30.
Grande São Paulo
Os 38 municípios da Grande São Paulo passaram ontem da fase vermelha para a laranja. O movimento no comércio foi intenso no ABC, Guarulhos e Osasco.
Na capital, a reabertura das lojas do comércio de rua em horário reduzido desde a última quinta-feira provocou mais aglomeração do que vendas, segundo avaliação dos lojistas de rua. Para Aldo Macri, vice-presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), que reúne mais de 30 mil lojas, a decisão inteligente seria abrir no horário normal ou até mesmo expandir o horário de funcionamento para diluir o público.