Justiça de SP nega liminar de habeas corpus de diretora de escola acusada de maus-tratos em alunos
Autoridades já decretaram a prisão de diretora, que ainda não se apresentou à polícia. Ela alega inocência e ser vítima de armação
São Paulo|Laura Augusta* e Nayara Paiva*, da Agência Record
A desembargadora Ely Amioka negou uma liminar de urgência referente ao habeas corpus de Roberta Regina Rossi Serme, proprietária e diretora da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, instituição acusada de maus-tratos em alunos.
De acordo com a defesa, ainda não houve decisão da Justiça sobre o pedido de habeas corpus da sua cliente, solicitado na terça-feira (22). O advogado Rafael Moreira afirmou que "a desembargadora o recebeu, atestou sua regularidade, mas ainda não analisou o mérito". A defesa ainda aguarda o seu julgamento.
Na última terça-feira (22), o TJ-SP decretou a prisão temporária da suspeita. A Polícia Civil já realizou buscas na residência da mulher e de parentes, porém até o momento ela não foi localizada. O caso é investigado, sob sigilo, pelo Cerco (Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado) da 8ª Delegacia Seccional.
Um dia depois do pedido de prisão, a defesa da acusada afirmou que ela se apresentaria no "momento oportuno". As representantes da escola alegam inocência e dizem ser vítimas de "imagens forjadas".
Mais de 20 pessoas foram ouvidas no inquérito policial até agora, incluindo as proprietárias da escola. O episódio começou a ser apurado pelos investigadores pouco antes de vídeos com os maus-tratos em bebês serem divulgados nas redes sociais.
Nessas imagens, ao menos quatro crianças estão amarradas com os braços envolvidos em panos em um banheiro — duas delas embaixo da pia. Outras mães também relataram que seus filhos foram agredidos na escola em outros anos.
*Estagiárias da Agência Record, sob supervisão de Letícia Dauer