Justiça liberta porteiro acusado de esfaquear ex-aluno da PUC em briga
Porteiro teria reagido a agressões do ex-estudante que acabou não resistindo aos ferimentos e morreu. Aulas foram suspensas na Universidade
São Paulo|do R7, com informações da Agência Record

O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) decidiu nesta sexta-feira (5) conceder liberdade provisória ao porteiro acusado de matar o ex-aluno da PUC-SP, Bruno Silva, na noite da última quinta-feira (4).
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Segundo o TJ-SP, o acusado cumprir algumas medidas como o comparecimento mensal em juízo para informar e justificar as suas atividades, obrigação de manter seu endereço atualizado e proibição de se ausentar da comarca por mais de oito dias sem prévia comunicação à Justiça.
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Nesta sexta-feira (5), a PUC-SP decretou luto oficial no campus Marquês de Paranaguá. Todas as atividades acadêmicas do local foram transferidas. Às 20h, no auditório do campus, haverá uma cerimônia religiosa com a participação de alunos, professores e funcionários, em memória a Bruno da Silva Araújo, ex-aluno de Engenharia Civil da PUC-SP.
Entenda o caso
De acordo com a Polícia Civil, Bruno, que era conhecido como zika, tinha acabado de se formar em engenharia civil. Ele foi bolsista integral da universidade e estava trabalhando como entregador de pizza até conseguir um emprego em sua área. O jovem ainda frequentava o campus para almoçar, devido o valor da refeição ser mais acessível.
Durante depoimento à Polícia Civil, o porteiro José Domingos, de 59 anos, disse que entrou no banheiro, sentiu um cheiro estranho e fez um comentário. O funcionário não sabia que o ex-aluno estava dentro da cabine. O rapaz, que ouviu o que o porteiro disse, saiu do local e os dois passaram a discutir. Bruno, então, foi até a moto dele e pegou uma barra de ferro. O porteiro, que tinha acabado de comer uma fruta, estava com uma faca na mão.
O delegado responsável pelo caso Rafael Navarro, contou que Bruno estava transtornado e chegou a acertar pelo menos três golpes na cabeça do porteiro, quando o porteiro teria desferido alguns golpes no engenheiro. O delegado disse ainda que o porteiro não teria outra forma de se defender a não ser com a faca que ele trazia consigo.
O rapaz foi atingido na cabeça e nos braços. Ele chegou a ser socorrido por uma enfermeira no local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A polícia não soube dizer quantas vezes a vítima foi atingida. Um outro porteiro que tentou separar a briga também ficou ferido. Ele e uma diretora presenciaram a confusão. A discussão aconteceu no prédio 1 da universidade e alunos no prédio 2 ouviram o tumulto. O campus foi esvaziado pela polícia logo após o crime.
O caso foi registrado no 4º Distrito Policial, na Consolação. A investigação da polícia irá esclarecer se o segurança agiu por legítima defesa ou se ele vai responder por homicídio.