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Laudo comprova lesões em crianças de escola, mas defesa de diretoras nega responsabilidade por tortura 

Segundo o advogado André Dias, exames periciais não indicam que as irmãs, presas em Tremembé, cometeram maus-tratos

São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7

Alunos de escola foram amarrados, e imagens provocaram protesto de pais e responsáveis
Alunos de escola foram amarrados, e imagens provocaram protesto de pais e responsáveis Alunos de escola foram amarrados, e imagens provocaram protesto de pais e responsáveis

Exames periciais comprovaram lesões em alunos da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, no Jardim Formosa, zona leste de São Paulo. Mas segundo a defesa das irmãs responsáveis pela escola, Roberta Regina Rossi Serme Coutinho da Silva e Fernanda Carolina Rossi Serme, presas por maus-tratos em crianças, não há como apontar o local onde as lesões aconteceram. No celular da diretora foi encontrada uma foto de um bebê preso ao cinto na cadeirinha e sujo de fezes.

"Os exames não comprovaram onde ocorreram as lesões, se na escola, no parque, em casa. A voz que seria da Roberta em um áudio, a perícia não comprovou. Os lençóis apreendidos que seriam usados na tortura não têm presença de sangue. Não tem nenhuma prova concreta nos laudos e documentos que apontem responsabilidade das rés nos casos de tortura", afirmou o advogado André Dias.

A presença da imagem do bebê no celular da diretora mostra que ela tinha conhecimento dos maus-tratos sofridos pelas crianças na unidade de ensino. O aparelho foi apreendido pela polícia e passou por perícia.

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As irmãs estão presas preventivamente na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. 

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Nesta sexta-feira (26), está marcada para as 14h uma audiência de instrução do caso, que corre em segredo de Justiça, no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste da capital. Serão ouvidas as testemunhas de acusação, e as rés estarão presentes.

Denúncia

Bebê preso ao cinto de cadeirinha e sujo de fezes
Bebê preso ao cinto de cadeirinha e sujo de fezes Bebê preso ao cinto de cadeirinha e sujo de fezes

A Justiça de São Paulo aceitou no dia 10 de maio a denúncia do Ministério Público contra as duas proprietárias e uma funcionária da Colmeia Mágica. São elas as irmãs e donas da escola, além da funcionária Solange da Silva Hernandez. As três são rés pelos crimes de tortura e maus-tratos em nove crianças.

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Elas haviam sido indiciadas pela Polícia Civil. O inquérito policial foi realizado pela 8ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).

Depois de ficar foragida, Roberta foi presa no dia 28 de abril, e Fernanda, no dia 25 do mesmo mês. Já a funcionária responde ao processo em liberdade.

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Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que o caso foi investigado pela Cerco, da 8ª Seccional (São Mateus). O inquérito policial foi relatado em 2 de maio e encaminhado à Justiça, onde o processo corre sob sigilo.

O caso

As denúncias vieram à tona após vídeos circularem nas redes sociais. As imagens mostravam crianças com os braços amarrados sendo alimentadas dentro de um banheiro e chorando. Na gravação, ao menos quatro alunos, dois dos quais embaixo da pia, estavam com os braços envolvidos em panos.

Segundo relatos de pais e mães, denúncias contra a escola são antigas. Após a formalização, as redes sociais do colégio foram retiradas do ar. Os muros da escola foram pichados com palavras de ordem como "desumano", "crime", "lixo" e "justiça".

Além da investigação da Polícia Civil, a Prefeitura de São Paulo apurou que a unidade havia funcionado por 16 anos sem permissão da gestão municipal. Desde o escândalo, em março, a escola infantil está fechada.

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