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Mais de 1.200 morreram após "resistência" em 4 anos em SP

Ano de 2015 é o pior da série histórica: 376 "mortes decorrentes de intervenção policial"

São Paulo|Do R7*


Em 3 anos e 2 meses, 1.227 morreram em casos de 'resistência'
Em 3 anos e 2 meses, 1.227 morreram em casos de 'resistência'

Entre janeiro de 2013 e fevereiro deste ano, 1.227 pessoas morreram na cidade de São Paulo em ocorrências registradas como “morte decorrente de intervenção policial”. Estes são os casos que os mortos supostamente tenham resistido à abordagem policial.

A reportagem do R7 analisou as informações de 1.408 boletins de ocorrências publicados no Portal da Transparência da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), no período de janeiro de 2013 (primeiro mês da série histórica), até fevereiro de 2017 — dados mais atualizados fornecidos pela pasta.

De acordo com os dados da SSP, o pior ano da série histórica foi 2015, quando houve 376 mortes em intervenções policiais. No ano de 2013, são fornecidas pelo Portal da Transparência as informações de 72 pessoas mortas — número menor do que os primeiros dois meses de 2017, que já registraram 76 mortes.

O número de vítimas em 2013, de acordo com os dados, é 80% menor do que a média dos três anos seguintes, que é de 360 mortes por ano. Além das 376 mortes de 2015, morreram 356 pessoas em 2014 e 347 no ano de 2016.

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Os registros de “morte decorrente de intervenção policial” substituem o termo “resistência” nos Boletins de Ocorrências. O termo foi abolido, como forma de padronizar as ocorrências de supostas reações às abordagens policial, depois da criação da Resolução número 8, em dezembro de 2012.

Outro lado

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Questionada pela reportagem acerca do número de mortos informados pelo seu Portal da Transparência, a assessoria de imprensa da SSP-SP enviou o seguinte posicionamento:

"A SSP (Secretaria de Segurança Pública) esclarece que o total dos boletins de ocorrência, como os divulgados no site Transparência SSP, não representam a estatística criminal. Eles servem de base para os dados, que são contabilizados de acordo com procedimentos estabelecidos pela Resolução SSP nº 160/01 de 08 de maio de 2001, que criou o Sistema Estadual de Coleta de Estatísticas Criminais e pode ser consultado através do endereço eletrônico www.ssp.sp.gov.br. Os dados de mortes decorrentes de intervenção à oposição à intervenção policial são publicados mensalmente no Diário Oficial.

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A SSP desenvolve ações para reduzir a letalidade policial que, na maioria das vezes, ocorre a partir da ação de agentes de segurança para frustrar crimes contra o patrimônio. Todos os casos de Mortes Decorrentes de Oposição à Intervenção Policial (MDIP) são investigados por meio de inquérito para apurar se a atuação do policial foi realmente legítima. Os casos só são arquivados após minuciosa apuração, seguida da ratificação do Ministério Público e do Judiciário.

Em 2015, foi implementada também a Resolução SSP 40/15, medida que garante maior eficácia nas investigações de mortes, pois determina o inédito comparecimento das Corregedorias e dos Comandantes da região, além de equipe específica do IML e IC, para melhor preservação do local dos fatos e eficiência inicial das investigações. A resolução também prevê imediata comunicação ao Ministério Público".

*Com colaboração de Kaique Dalapola, estagiário do R7

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