Marmita envenenada: criança completa um mês internada em SP
Menino Fábio Abraão Jorge Araújo, de 11 anos, segue hospitalizado em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e não consegue reconhecer ninguém
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
O menino Fábio Abraão Jorge Araújo, de 11 anos, segue internado no Hospital Pirajussara, em Taboão da Serra (Grande São Paulo), um mês após ter comido uma marmita envenenada em Itapevi, também na região metropolitana.
Até agora a polícia não sabe quem colocou o veneno no alimento ingerido por quatro pessoas — duas viviam em situação de rua e morreram. Uma adolescente de 17 anos que também comeu a marmita ficou internada, e recebeu alta no dia 26.
Já Fábio segue hospitalizado. Ele consegue abrir os olhos, mas tem poucos movimentos pdo corpo. O meninos também não reconhece ninguém e não consegue falar. "Eu fico triste de ver ele lá na cama, não anda, não fala, é muito difícil", diz Flávio de Araújo, pai do menino.
As investigações apontam que as marmitas possivelmente estavam contaminadas com veneno de rato. De acordo com o toxicologista Anthony Wong, a substância pode causar sequelas em quem ingere.
"O coração começa a bater muito lentamente e pode até ter uma parada cardíaca. E também diminui a respiração, o que é mais dificultada pelo excesso de secreção, tanto na garganta, como nos bronquios e na traqueia", disse. "Com essa falta de oxigenação do sangue, as células sofrem, principalmente, as células nervosas do cérebro", completou.
O pai da criança que que o filho seja transferido para um hospital com tratamento neurológico. Ele afirma não ter condições para tirar Fábio do hospital, e teria recebido informação de que é necessário esperar assistência social para iniciar a fisioterapia em casa.
Por meio de nota, o hospital disse que "é referência para casos de alta complexidade e segue dando todo o suporte clínico a criança, que ainda não tem indicação de alta médica, nem de transferência a outro serviço".
A unidade onde Fábio está internado disse ainda que o menino está recebendo acompanhamento do setor de neurologia, pediatria, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição e afirmou que o serviço social está dando assistência para a família.
A Polícia Civil segue investigando o caso para tentar saber quem envenenou as marmitas. O laudo da perícia descarta que a contaminação tenha ocorrido na cozinha onde a comida foi preparada. A análise não encontrou substâncias tóximas e considerou o ambiente seguro para o preparo de alimentos.
Ainda de acordo com as investigações, a contaminação teria acontecido dento do posto de combustível, logo depois que os voluntários entregaram as doações para as pessoas em situação de rua.