Médico suspeito de causar a morte de 42 pacientes no RS é preso ao atender no SUS em SP
Segundo as investigações, João Couto Neto teria realizado vários procedimentos sem a autorização dos pacientes
São Paulo|Do R7
![João Couto Neto estava atuando em hospital em SP](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/B2VK5GO7LZNKRF4PUCPYSTWVXA.jpg?auth=9d0f62d4a630bcc56f4651a906519c18172839ce149d763219c955fc9d77b74e&width=442&height=240)
O cirurgião João Couto Neto, suspeito de erros médicos que teriam causado a morte de 42 pacientes, além de lesões em outros 114, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, foi preso nesta quinta-feira (14) em um hospital de Caçapava, no interior de São Paulo.
O médico teve a prisão preventiva decretada após ter sido acusado pela Polícia Civil de homicídio doloso, quando há a intenção de matar, em três inquéritos, em novembro. A defesa considera a prisão "descabida" e vai entrar com um habeas corpus para que ele responda ao processo em liberdade.
Mesmo estando sob investigação, em fevereiro deste ano Couto conseguiu o registro no Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
Segundo o órgão, o pedido de registro não poderia ser negado na ocasião, pois ele não estava totalmente impedido de exercer a profissão, apenas com uma restrição parcial.
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No Sul, o médico foi proibido de fazer cirurgias por 120 dias, mas o prazo já expirou. Mesmo assim, ele atuava em atendimentos não cirúrgicos.
De acordo com a polícia, os três primeiros indiciamentos do profissional decorreram da morte de dois homens e de uma mulher. Segundo a investigação, Couto realizava cirurgias de hérnia, vesícula e refluxo, mas vários procedimentos teriam sido feitos sem a autorização dos pacientes.
Em um dos casos, uma paciente que se consultou com o médico para a retirada de hérnia teria sido submetida a outro procedimento. Em outro caso, de endometriose, o médico teria deixado de retirar o útero da paciente, embora tivesse cobrado o plano de saúde pelo procedimento.
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Uma ação da polícia realizada em dezembro do ano passado apurou outros casos em que, supostamente, o médico teria sido responsável por falhas que resultaram em morte de pacientes ou sequelas neles.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no hospital em que ele atendia em Novo Hamburgo e no seu apartamento. Houve a apreensão de documentos, celulares e computadores. O material ainda é analisado pela investigação.
O defensor do médico, o advogado Brunno de Lia Pires, disse que a prisão preventiva não tem base legal. "Qualquer jurista vê que essa prisão não tem qualquer fundamento. Prisão preventiva é quando há risco de fuga ou ameaça a testemunhas, o que não existe. Ele sequer foi impedido de exercer a medicina", disse.
"Essa medida decretada tem claro caráter intimidatório contra o médico. Vamos entrar com habeas corpus o mais breve possível", continuou Pires. "Estamos aguardando que o inquérito seja concluído e apresentado ao Ministério Público para, então, havendo denúncia e sendo recebida pelo juiz, apresentarmos a defesa prévia do médico."
Traficantes e milicianos: veja a lista dos dez criminosos mais procurados no Brasil
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André do Rap, Maria do Pó e João Cabeludo. Esses são alguns dos nomes na lista de criminosos mais procurados no Brasil, elaborada pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública). De acordo com levantamento feito pelo R7, com base nos dados disponibilizados pela pasta, sete dos dez criminosos têm envolvimento com o tráfico de drogas. Criada em janeiro de 2020 pelo então ministro Sergio Moro, a Lista de Procurados Nacional tem o objetivo de combater as organizações criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho (CV), que atuam no país. Os criminosos são escolhidos a partir de alguns critérios estabelecidos pelo MJSP: participação direta ou indireta em organização criminosa, existência de mandado de prisão em aberto, envolvimento em crimes graves e violentos e não constar na lista da Difusão Vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).