Metrô de SP exonera chefe da segurança em meio a onda de roubos em estações
Furtos e assaltos têm ocorrido em diferentes estações e nos trens, segundo passageiros. Policiais de folga reforçarão segurança
São Paulo|Do R7
O Metrô de São Paulo exonerou o chefe de seu setor de segurança, Raphael Ferreira Fernandez, na última terça-feira (6). A decisão se dá em meio a uma onda de assaltos, arrastões e agressões dentro de trens, plataformas e outros pontos de diferentes estações de São Paulo.
A decisão foi divulgada no site Diário do Transporte e confirmada pelo R7. Os funcionários foram avisados internamente da decisão em comunicado do diretor-presidente do Metrô, Silvani Pereira. O cargo de chefe do Departamento de Segurança do Sistema Metroviário passou a ser exercido interinamente pelo gerente de operações, Márcio Barros Silva.
Procurado, o Metrô informou por meio de sua assessoria que a decisão pela saída do chefe da segurança aconteceu por “motivos pessoais” e que definirá um novo chefe definitivo em breve.
A saída ocorre também em um momento em que o Metrô se prepara para dar início a uma operação de reforço da segurança, com a contratação de policiais militares em horários de folga. A medida já é adotada na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) desde 2020 e é semelhante à estratégia do governo de São Paulo também para o aumento do policiamento nas ruas, a chamada Operação Sufoco, iniciada em maio com a promessa de dobrar o número de agentes em ação.
Roubos e agressões
Os roubos vêm acontecendo em diferentes estações. Na última semana, houve registros de roubo na estação Sumaré, da Linha 2-Verde, e dentro de um trem entre as estações Sé e Pedro 2°, da Linha 3-Vermelha.
As vítimas relatam que há pouca segurança e que em algumas situações são atacadas por adolescentes em grupo.
A estação Palmeiras-Barra Funda é uma das que vivem uma onda de roubos e agressões. A estudante Chiara Godoy, de 24 anos, contou ao R7 que foi roubada no último dia 31 na entrada da estação. Moradora de Santa Catarina, ela estava na capital paulista apenas para ir ao show da cantora Demi Lovato e acompanhou uma amiga até o metrô, onde teve o telefone roubado. "Tirei o celular da bolsa um minuto só pra ver como eu iria embora, pois eu não tenho muito o costume de andar de Metrô por São Paulo. Nisso, passou um cara por mim, tirou o aparelho da minha mão e saiu correndo. Nem consegui ver o rosto, de tão rápido que foi", lamenta a jovem.
O R7 já mostrou que os casos ocorrem em várias áreas do complexo, como rampas de acesso e plataformas. A designer Yukari Kamada afirmou que levou uma rasteira e que sua bolsa foi levada. “Eu estava caída, era só eles irem embora, só que não era o bastante, e começaram a me chutar.”
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Também na Linha 3-Vermelha,a passageira Karolina Isabella relata que roubaram seu celular em março quando estava parada no metrô Belém. “Tudo muito calculado, o indivíduo puxou o celular da minha mão e saiu correndo."
A região da avenida Paulista, que também conta com várias estações de metrô, é outro ponto de ataque. Em maio, um jovem foi esfaqueado em uma tentativa de assalto na estação Trianon-Masp.
Segurança
O Metrô afirmou que segue "intensificando a segurança em suas estações com uma parceria com a Polícia Militar para o reforço nas estações e entornos, além do auxílio da Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano) para elaborar novas estratégias.
Na quinta (8), a companhia se reuniu com o delegado-titular da Delpom e também com o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM, para discutir os desdobramentos da parceria.