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Moradores de São Paulo gastam em média 2h19 em deslocamentos, 18 minutos a mais do que em 2021

No Dia Mundial sem Carro, estudo mostra também que seis em cada dez pessoas se deslocam a pé, mas não se sentem seguras

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

Até 2021, paulistano levava, em média, 2h01 por dia para se locomover. Neste ano, são 2h19
Até 2021, paulistano levava, em média, 2h01 por dia para se locomover. Neste ano, são 2h19 Até 2021, paulistano levava, em média, 2h01 por dia para se locomover. Neste ano, são 2h19

O paulistano passou a gastar, em média, 18 minutos a mais por dia em deslocamentos pela cidade em relação ao ano passado, conforme revelou a pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana” da Rede Nossa São Paulo, divulgada nesta quinta-feira (22), data que marca o Dia Mundial sem Carro.

Até 2021, os moradores de São Paulo (SP) levavam, em média, 2h01 por dia para se locomover. Neste ano, a média passou para 2h19. A alta interrompe um ritmo de queda que ocorria desde 2018 nessa estatística.

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O estudo revelou que o tempo médio de deslocamento aumentou 15 minutos para a atividade principal do dia, e voltou a um patamar próximo ao de 2020. No ano passado, gastava-se 1h24; agora, a média subiu para 1h39.

Os acréscimos se associam ao abrandamento da pandemia de Covid-19, considera Igor Pantoja, doutor em Sociologia, mestre em planejamento urbano e regional e membro do Instituto Cidades Sustentáveis: “Tem relação com a retomada das atividades presenciais, o que está expresso nos números [da pesquisa]”.

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Outra razão, explica Pantoja, é o aumento do uso de transporte público entre os paulistanos em relação ao ano passado.

“Está mais alto do que na pandemia. Porém, mais baixo do que era antes (entre 2018 e 2019). É um dos fatores que influenciam no tempo de deslocamento”, afirma.

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Sensação de insegurança prevalece entre pedestres

O estudo revelou que os paulistanos se sentem mais inseguros na cidade de São Paulo. O número de pessoas que disseram se sentirem pouco ou nada seguras ao atravessar as ruas na faixa de pedestres subiu de 68%, em 2021, para 73% neste ano. Ao andar pelas calçadas, de 69% para 73%.

A sensação de insegurança também aumentou entre aqueles que andam em ciclovias e ciclofaixas: de 78% para 80%. O padrão se repetiu nas questões sobre como se sentem ao atravessar pontes, viadutos e passarelas (de 83% a 85%), bem como ao passar por baixo de pontes e viadutos (de 87% a 90%).

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A soma dos que se disseram seguros e muito seguros não subiu em nenhum dos índices.

Uma das hipóteses levantadas por Igor Pantoja é que, como um efeito da pandemia, comércios e vias estão menos ocupados do que antes da chegada do coronavírus ao Brasil. “Pode ser ainda o reflexo de que as ruas não estão tão movimentadas quanto eram”, pondera.

Ao todo, segundo a pesquisa, seis em cada dez paulistanos se deslocam a pé todos os dias na capital paulista.

Sensação de seguranças relatada por pedestres na cidade de São Paulo
Sensação de seguranças relatada por pedestres na cidade de São Paulo Sensação de seguranças relatada por pedestres na cidade de São Paulo

Mais pessoas têm carros de passeio, mas usam menos

Outro ponto de destaque da pesquisa foi que, do ano passado para 2022, mais pessoas declararam possuir um carro — próprio ou da família — na cidade: de 47% a 55%. No entanto, apesar do aumento, a população tem usado menos seus automóveis.

No mesmo período, os entrevistados que relataram utilizar o carro com menor frequência foram de 35% a 42%; com frequência igual, de 42% a 34%; com maior frequência, 21% nos dois anos.

O motivo principal apontado pelos pesquisadores para a redução no uso dos veículos foi o aumento no preço dos combustíveis.

“As duas principais respostas são questões econômicas: uma por causa do preço do combustível, e o segundo motivo, de modo geral, para reduzir custos. O bolso é o que mais fez as pessoas diminuírem o uso do carro”, afirma Pantoja.

Uso de bicicleta diminui mais uma vez

O estudo mostrou, ainda, que o uso da bicicleta diminuiu novamente na capital paulista. De 2020 a 2021, o número de paulistanos que disseram usar o veículo com maior frequência havia caído de 17% para 12%. Neste ano, baixou para 9%.

Igor Pantoja atribui as quedas consecutivas à falta de visibilidade em relação à bicicleta como meio de transporte e à segurança, em relação tanto a roubos e furtos quanto acidentes.

“É um número que era baixo, e diminuiu de novo. Não há investimento em educação no trânsito nem incentivo à utilização das bicicletas, tampouco as ciclovias são respeitadas na cidade”, avalia o pesquisador.

A pesquisa

Realizada há 15 anos, a pesquisa sobre mobilidade urbana da Rede Nossa SP ouviu 800 moradores de São Paulo (SP), pessoalmente e online, nas cinco regiões da capital paulista. O objetivo do estudo, segundo a organização, é mapear a percepção da população sobre o tema na cidade.

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