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Moradores fazem novo protesto pró-Parque Augusta nesta semana

Caminhada até a prefeitura pede que espaço seja transformado em área de lazer

São Paulo|Do R7

Terreno região central ainda tem futuro incerto. De um lado, os moradores; de outro, o dono da área
Terreno região central ainda tem futuro incerto. De um lado, os moradores; de outro, o dono da área

Moradores da região da rua Augusta e simpatizantes voltam às ruas nesta semana para pedir que um terreno com vasta área verde não dê lugar a um empreendimento imobiliário, mas sim a um parque. O protesto, mais uma vez liderado pelo grupo Aliados do Parque Augusta, acontece nesta quinta-feira (19), às 11 h, com uma caminhada até a Prefeitura de São Paulo.

O terreno de 24 mil m², no quarteirão entre as ruas Augusta, Caio Prado e Marquês de Paranaguá, na Consolação, região central da capital, pertence ao ex-banqueiro Armando Conde desde 1996. As incorporadoras Setin e Cyrela planejam construir duas torres na área, que hoje é vasta em mata atlântica e abriga dois estacionamentos.

No mês passado o grupo Aliados do Parque Augusta, fundado em 2006 pelo produtor cultural Sérgio Carrera, realizou pelo menos três manifestações pelas ruas do centro de São Paulo pedindo que a área seja desapropriada pelo poder público e que ali seja erguido um parque. De acordo com o grupo, o prefeito Fernando Haddad está “inerte” diante das demandas populares sobre o tema.

— Parque para o lazer dos idosos é tão importante quanto creches. Preservar o verde escasso da cidade é, também, cuidar da saúde e prevenir doenças respiratórias que lotam o SUS e oneram os gastos públicos com tratamentos e internações. Manter intacta a última área permeável da região evita enchentes e alagamentos. (É) lugar seguro e adequado para o convívio social acaba com o estresse, considerado o maior vilão da saúde na atualidade. Por fim, (é) dizer ao senhor Haddad que a gente não quer só creche: a gente quer creche, diversão e parque.


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A concentração do protesto acontece em frente ao terreno que é alvo de toda a disputa. De lá os manifestantes partirão em direção à prefeitura.

No mês passado, Fernando Haddad declarou, em entrevista coletiva na qual a reportagem do R7 estava presente, que o valor de desapropriação sugerido (R$ 100 milhões) inviabiliza que a área seja adquirida pelo governo municipal. Entretanto, o prefeito explicou que a prefeitura estuda a melhor forma de tornar o pedido dos moradores uma realidade, embora não tenha falado em prazos ou medidas práticas.


— Qualquer que seja o desfecho ali, aquela área tem que ter uma dimensão de preservação muito grande. Nós estamos verificando, [mas] os recursos para desapropriar aquela área seriam incompatíveis, é muito dinheiro, muito recurso. Mas nós temos como, pela legislação, preservar a área, sem a necessidade de desapropriá-la. Estamos estudando nesse momento.

Um DUP (decreto de utilidade pública), assinado em 2008 pelo então prefeito Gilberto Kassab, perdeu a validade no dia 18 de agosto deste ano. Como durante esses cinco anos a o município não indenizou o proprietário, ele volta a ter poder sobre a área, o que tornou mais crível os planos de construção das torres.

A solução para a área pode estar no projeto de lei nº 345/2006, que tramita na Câmara Municipal. O texto propõe a criação de um parque municipal naquele terreno da rua Augusta, entre as ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado. É com ele que Haddad conta para atender aos pedidos dos moradores.

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