Morto pela Rota em SP era dono de veículo e cadastrado na Uber
Versão inicial da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo é que o veículo, que supostamente fugiu por 21 km, havia sido furtado
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
O motorista Vitor Barbosa, 21 anos, morto por PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na noite desta quarta-feira (17), na rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos, era dono do Hyundai HB20 que supostamente fugiu por 21 km de uma abordagem policial. Além do motorista, outros três jovens foram mortos.
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A informação foi apurada pela Record TV, e contraria a versão inicial da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), comandada pelo secretário general João Camilo Pires de Campos, que disse que "quatro suspeitos furtaram um veículo na zona leste".
O carro tinha um adesivo usado por motoristas do aplicativo de transporte individual Uber. Procurada pela reportagem, a empresa disse que a vítima era cadastrada como motorista, mas estava há cerca de um mês sem fazer nenhuma viagem pelo aplicativo.
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Em entrevista à Record TV, a irmã de Vitor disse que todas as vítimas da ação da Rota eram amigas de infância e cresceram em São Mateus, na periferia da zona leste de São Paulo. Os outros mortos foram: Nicolas Canda, 19 anos, Leonardo Carvalho, 23 anos, e Roney Oliveira, 20 anos.
Na versão da secretaria, os jovens trocaram tiros com os policiais militares, foram atingidos e morreram no local. A pasta disse que "todas as circunstâncias dos fatos serão apuradas durante a investigação pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, por meio de IPM (Inquérito Policial Militar)".
Em nota, a Uber confirmou que Vitor era cadastrado como motorista, "mas não realizava viagens usando o aplicativo da Uber há cerca de um mês, não havendo, ao que tudo indica, qualquer relação desta atividade com o acontecido." Disse, também, que se coloca à disposição das autoridades para fornecer informações no curso da investigação, dentro dos termos da Lei.