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Mulher em mansão abandonada de SP atirou sopa quente e arrancou cabelo de funcionária, diz processo

Margarida Bonetti teria afirmado que empregada, mantida em condições análogas à escravidão, teria andar da casa só para si

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Margarida Bonetti é investigada por manter funcionária em condições análogas à escravidão
Margarida Bonetti é investigada por manter funcionária em condições análogas à escravidão Margarida Bonetti é investigada por manter funcionária em condições análogas à escravidão

Margarida Bonetti, a moradora da mansão abandonada, localizada em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, investigada por agredir uma funcionária e mantê-la em condições análogas às de escravidão, teria jogado sopa quente na empregada e arrancado tufos de cabelo da mulher. A história foi tema de reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

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De acordo com processo que tramita nos Estados Unidos, a funcionária era obrigada a viver em um porão, sem banheiro nem janelas. Impedida de usar os chuveiros da casa, ela tinha de carregar baldes de água para tomar banho. O documento também registra que agressões físicas eram constantes.

Em um dos episódios, Bonetti estaria insatisfeita com o preparo de uma sopa e teria atirado o caldo quente na empregada. Em outro momento, o documento relata que Margarida arrancou tufos de cabelo, fazendo a cabeça da mulher sangrar. O motivo teria sido Margarida não ter gostado da forma como a funcionária lavou os cachorros da família.

A vítima, segundo o processo, teve uma infecção na perna, e o atendimento médico teria sido negado pelos patrões, o casal Bonetti. A funcionária foi acometida ainda por um tumor no estômago "do tamanho de um melão" e, mesmo assim, não foi levada a um hospital. Ela teria sido tratada somente quando uma vizinha e amiga procurou uma advogada que, por sua vez, procurou o FBI.

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O marido de Margarida, Renê Bonetti, chegou a alegar que não sabia das agressões contra a empregada. Ele teria dito que o casal ajudava a mulher. Os argumentos, porém, não foram aceitos e ele acabou condenado a seis anos de prisão.

Investigação

Margarida Bonetti e o marido foram acusados de manter a empregada doméstica sem salário, sendo agredida e impedida de deixar a casa por 20 anos enquanto o casal morava no exterior. A mansão em Higienópolis foi tema de podcast do jornal Folha de S.Paulo, que relatou que a mulher morava na casa com aspecto de abandonada. Ela aparecia de vez em quando nas janelas, sempre com pomada branca no rosto. Aos vizinhos, se apresentava como Mari.

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No fim dos anos 1970, o marido, que é engenheiro, foi transferido a trabalho para os Estados Unidos. O casal se mudou para o exterior na companhia da empregada doméstica. Por duas décadas, ela viveu em péssimas condições, sem acesso à geladeira da família e ainda era agredida. O caso foi denunciado por vizinhos.

Renê Bonetti ficou preso por sete anos pelo crime, se naturalizou americano e ainda vive no país. Já Margarida conseguiu voltar para o Brasil após a morte do pai e nunca mais retornou aos Estados Unidos para ser julgada.

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Veio morar na casa herdada da família, com 20 cômodos e dois cachorros. Imagens do imóvel mostram uma montanha de livros e objetos empilhados, misturados a joias e artigos valiosos. A família é descendente de barões e pertenceu à elite paulistana.

O crime poderia ter prescrito em 2012, mas a Corte Interamericana de Direitos Humanos ainda analisa se a escravidão contemporânea é um crime cuja pena pode ser aplicada enquanto o autor estiver vivo. A Polícia Civil de São Paulo pediu autorização à Justiça para ter acesso ao local já que o caso voltou à tona.

A mansão

O imóvel, localizado na rua Piauí, começou a atrair a atenção de quem passa na região, e é comum ver pessoas fazendo selfie com o casarão ao fundo, como em pontos turísticos. Apesar de degradada e sombria, a mansão reúne de objetos de valor a lixo. O porão tem tapumes, e as janelas sempre estão fechadas. O casarão está em meio a prédios e não teria esgoto.

O Instituto Luisa Mell resgatou no domingo (3) dois cachorros que foram deixados na casa. Margarida teria se mudado para um local desconhecido.

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