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Não entendeu? R7 desenhou: o caso do tiroteio entre policias em MG

Policiais de São Paulo e Minas trocaram tiros em Juiz de Fora na sexta-feira (19) após suposta transação financeira ilegal, confronto deixou dois mortos

São Paulo|Márcio Neves, do R7

Um encontro para uma transação comercial entre dois empresários realizado na sexta-feira (19) em Juiz de Fora, cidade mineira com pouco mais de 500 mil habitantes, está cercada de mistério.

O encontro terminou com um tiroteio entre policiais civis mineiros e paulistas que deixou dois mortos, um ferido e de R$ 15 milhões em notas falsas apreendidas.

Inicialmente a informação era de que o empresário paulista Flávio de Souza Guimarães teria ido para Juiz de Fora (MG) trocar ilegalmente uma quantia desconhecida em dólares por reais com o comerciante Antônio Vilela.

Entretanto, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, ele negou a versão e afirmou que na verdade o objetivo do encontro seria pegar um empréstimo de cerca de R$ 8 milhões. Ele afirma que ofereceria imóveis na cidade de São Paulo como garantia de pagamento.


O empresário teria pago R$ 30 mil pelo serviço de escolta para a empresa de segurança. Jerônimo, dono da empresa, teria pedido ao seu irmão, que é investigador da Policia Civil de São Paulo, que indicasse policiais para fazer o serviço. Sete policiais civis, além do irmão, aceitaram o "bico" e teriam recebido R$ 2.000 cada um. Entre eles, dois delegados e dois investigadores.

Após o encontro, todos se dirigiram até o estacionamento, sendo que o empresário teria sido puxado enquanto entrava no elevador. Guimarães afirma que Vilela apresentou o dinheiro que estava em duas malas dentro do porta-malas de um carro, o que, segundo a defesa, não era o combinado.


Depois da saída de Guimarães do estacionamento, não se tem informações precisas de como se deu o tiroteio. Após a troca de tiros, a polícia mineira teria encontrado no carro de Vilela as duas malas com cerca de R$ 15 milhões de reais, a maior parte em notas falsas. Segundo versão dos policiais mineiros, eles receberam uma denúncia de pessoas portando de arma de fogo no estacionamento e teriam ido investigar.

Quatro policiais de São Paulo foram presos e autuados por lavagem de dinheiro. Os outros quatro policiais foram liberados. Já os quatro policiais civis mineiros foram autuados por prevaricação (quando um funcionário público deixa de exercer sua função devidamente).


O empresário Flávio Guimarães está respondendo em liberdade e o empresário Antônio Vilela foi preso por tentativa de estelionato. O dono da empresa de segurança Jerônimo Júnior acabou morrendo após quase uma semana internado.

Foram apreendidos também cerca de R$ 15 milhões em notas falsas, celulares, munições, dois veículos e armas.

Outro lado

Procurado pela reportagem do R7, a defesa de Flávio Guimarães afirmou que "acompanha a conclusão das apurações sigilosas das Corregedorias das Polícias Civis de São Paulo e Minas Gerais e permanece colaborando com as autoridades para a elucidação dos fatos."

Já o advogado de Jerônimo Júnior entrou nesta quarta-feira (24) com pedido de habeas corpus na 4ª Câmara Criminal do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). O advogado do comerciante Antônio Vilela não retornou às ligações e aos recados da reportagem até a publicação desta reportagem.

O Ministério Público de Minas Gerais destacou uma equipe para acompanhar as investigações. O Ouvidor das Polícias de São Paulo, Benedito Mariano, pediu que a Polícia Federal investigasse o caso.

Já a Polícia Federal informou que "não recebeu por determinação judicial o caso do tiroteio em Juiz de Fora".

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