'Não sou nazista', diz homem espancado em ato na Paulista
Vítima, de 40 anos, revela que foi confundido com integrante de ato pró-governo por skinheads, mas que pretendia se juntar à manifestação contrária
São Paulo|Cesar Sacheto, do R7
O homem espancado e roubado por um grupo de skinheads nas proximidades de atos pró e contra o governo, ocorridos no último domingo, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, diz ter sido confundido com um integrante de facção neonazista. Um suspeito teve a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça paulista e outros quatro envolvidos respondem ao inquérito em liberdade.
"Não sou nazista, estava indo me manifestar contra grupos fascistas e nazistas", disse o homem agredido, de 40 anos, que preferiu não se identificar por questões de segurança, em mensagem enviada ao R7 pelo advogado André Lozano, nesta terça-feira (2).
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De acordo com o advogado, o homem se classifica como adepto da cultura punk e garante que não estava filmando os autores da agressão - que também roubaram o telefone celular da vítima -, outro motivo alegado pelos acusados para justificar o ataque em depoimento prestado no 78º DP (Jardins), onde o boletim de ocorrência foi registrado.
"Ele estava sozinho, parou no ponto de ônibus para enviar uma mensagem de voz para a esposa. tomou um soco e desmaiou. Está havendo uma confusão. Ele pertence a um movimento punk e pretendia se juntar à manifestação antifascista", afirmou o advogado.
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Segundo o criminalista, os agressores já manifestaram a intenção de firmar um acordo de reparação de danos e custeio de despesas médicas, como consultas e remédios.
"Ele terá que fazer um tratamento dentário, teve afundamento de boca", completou André Louzano. Os valores ainda não foram definidos por ambas as partes envolvidas.
O homem ferido foi encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde recebeu atendimento e, horas depois, foi liberado. Posteriormente, ele recuperou o aparelho celular que havia sido levado pelos agressores.
Manifestações
Os protestos, concentrados nas proximidades do Masp (Museu de Arte de São Paulo), foram protagonizados por dois grupos distintos. De um lado, estavam integrantes de torcidas organizadas dos quatro grandes clubes de futebol de São Paulo (Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras). Do outro, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
O secretário-executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, afirmou que a corporação trabalha para tentar identificar as pessoas que teriam se infiltrado no grupo de manifestantes e provocado a briga que levou à ação da corporação.
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