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Nove policiais viram réus por espancar e torturar jovem em SP

Weslei da Fonseca Guimarães voltava do trabalho como pizzaiolo quando recebeu golpes de cassetete, chutes e socos em viela

São Paulo|Mariana Rosetti, da Agência Record

Vítima voltava do trabalho quando foi abordada por PMS
Vítima voltava do trabalho quando foi abordada por PMS Vítima voltava do trabalho quando foi abordada por PMS

A Justiça Militar de São Paulo recebeu denúncia contra nove policiais por tortura e participação no espancamento de um homem de 27 anos, já rendido. O caso aconteceu no Jaçanã, zona norte de São Paulo, em junho de 2020 e foi registrado em vídeo.

Os agentes são acusados de espancarem Weslei da Fonseca Guimarães, com golpes de cassetete, chutes e socos. A agressão aconteceu quando a vítima estava sentada em uma viela na rua da Fonte, no bairro Jardim Portal I e II.

A denúncia do Ministério Público foi recebida e oferecida pelo promotor de Justiça Militar de São Paulo, Marcel Del Bianco Cestaro. Ela tem como alvo dez policiais militares, sendo um tenente, um sargento e oito soldados.

Todos participaram de maneira direta ou indireta no caso. Nove deles, no entanto, são acusados por tortura, coação, violação de domicílio, lesão corporal e disparo de arma de fogo.

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A primeira audiência de instrução do processo foi marcada para 8 de setembro, às 14h, onde a própria vítima, além de testemunhas, serão ouvidas.

Em 15 de junho, a Justiça Militar decretou a prisão preventiva de oitos policiais da 1ª Companhia do 43º Batalhão de Polícia Militar, que aparecem no vídeo, alegando participação ativa deles no caso. Eles foram soltos, no entanto, e respondem em liberdade.

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Versão da vítima

Na época, Weslei contou à equipe da Record TV que atuava como pizzaiolo e tinha acabado de sair do trabalho. A abordagem aconteceu quando estava a caminho da casa da namorada.

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A vítima disse que não resistiu à abordagem policial. Ele contou em vários momentos que era trabalhador e não era bandido. O vídeo registra essa versão.

Weslei foi agredido com chutes, pedaços de madeira e golpes de cassetete. Depois da agressão, os policiais deixaram o local, porém voltaram minutos depois. Os PMs pegaram a vítima novamente e o levaram para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Durante todo o trajeto, os policiais ameaçaram Weslei, dizendo qual a versão que ele tinha que dar ao delegado. A namorada da vítima disse que também foi ameaçada quando foi encontrá-lo na UPA.

Testemunhas relataram à Record TV que, depois da agressão, os policiais entraram nas casas dos moradores e destruíram parte das residências. Os policiais teriam feito também ameaças de morte aos moradores, caso contassem o que viram.

Com medo, Weslei mentiu no primeiro depoimento e disse que entrou em luta corporal com a polícia e acabou caindo da escada. O primeiro boletim de ocorrência foi registrado como desacato e resistência policial.

Porém, ao ter acesso às imagens da agressão, o delegado fez um novo registro de tortura e falso testemunho. O caso foi registrado no 73° Distrito Policial, do Jaçanã, e investigado pela Corregedoria da Polícia Militar.

Versão da PM

A Polícia Militar disse que tinha sido acionada para o local para uma ocorrência de perturbação do sossego público.

Os oficiais relataram que foram recebidos por rojões, pedradas e garrafadas. Segundo a PM, Weslei teria arremessado pedras contra a viatura e teria tentado pegar a arma de um dos policiais.

A polícia disse ainda que o jovem foi socorrido com lesões no rosto e no braço e que um dos policiais também teria se ferido durante a ação e teria sido afastado dos trabalhos por 7 dias.

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