Ouvidoria abre inquérito sobre PM que abordou professora em SP
Abordagem ocorreu durante protesto de alunos contra fechamento de curso em escola de Barueri, nesta segunda-feira (16)
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7
A Ouvidoria da Polícia Militar determinou nesta terça-feira (17) a abertura de inquérito sobre a abordagem realizada por um policial militar com uma professora durante protesto numa escola de Barueri, município da Grande São Paulo.
Na ocasião, dezenas de estudantes da escola estadual Lênio Vieira de Morais protestaram na tarde de segunda-feira (16) contra o fechamento do curso no período noturno. A escola tem gestão compartilhada entre a Prefeitura de Barueri e o Governo de São Paulo – a administração municipal é responsável pelos cursos de ensino fundamental matutino e vespertino e a estadual, por sua vez, pelas aulas do ensino médio noturnas do local.
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Após protesto, o Governo do Estado recuou e não haverá mais alterações na grande escolar – motivo este que os alunos deixaram o local.
Durante a manifestação pacífica, um vídeo que mostra a abordagem de um policial repercutiu nas redes sociais. As imagens expõem a professora diante de um policial militar em frente a um dos portões da escola. Durante a abordagem, o PM grita "é uma ordem policial, seu documento, você está sendo abordada agora". E a professora reage: "Não fala assim comigo".
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O diálogo continua, mas o policial sobe tom ao insistir pelo documento da funcionária: "Aqui é uma ordem policial, seu documento, por favor. Isso é uma ordem legal". Em determinado momento, ele tira as mãos dela que estavam no bolso e as retira com violência. "Então fica quieta. Aqui é polícia, beleza? Abaixa a voz", diz.
Para o ouvidor Benedito Mariano, as imagens mostram, claramente, uma abordagem abusiva cometida pelo PM. Por tal razão, determinou a abertura de inquérito. “A função do policial em manifestação deste tipo é de fazer diálogo com os envolvidos, e não da forma agressiva que cometeu”, argumenta.
O pedido de abertura de procedimento foi realizado também pela deputada Beth Sahão (PT). A petista solicitou o mesmo documento para a Corregedoria da Polícia Militar, que não se manifestou ainda.